segunda-feira, fevereiro 29, 2016

Evocação de Guerra Junqueiro


JOÃO DE BARROS

Rio de Janeiro / Lisboa, s.d. [circa 1950]
Livraria Editora da Casa do Estudante do Brasil
1.ª edição
15,9 cm x 11,9 cm
32 págs. + 1 folha em extra-texto
composto manualmente em elzevir
exemplar estimado; miolo limpo
30,00 eur (IVA e portes incluídos)

Leitura panorâmica da vasta obra de Junqueiro, mas leitura de acerto. Uma passagem:
«[...] entre o Junqueiro da Morte de D. João, da A Velhice do Padre Eterno e o de Os Simples, da Pátria e das Orações. Não há, a meu ver, porém, nenhuma discontinuidade. Sempre o amor da Justiça e da Liberdade o guiou, sempre um idealismo superior o inspirou. “Muitos outros poetas”, explica ele no final da Morte de D. João, “têm cantado D. João, mas todos eles num ponto de vista contrário ao meu. Prestigiam-no, engrandecem-no, e quando, no fim duma vida impunemente devassa, se torna necessário castigá-lo, então abrem-se as gargantas do inferno e sorvem o condenado. Para um malandro é épico demais. Eu segui um caminho diferente. D. João, na sua qualidade de parasita, morre como deve morrer: de fome. Quem não trabalha não tem direito à vida. Apelar para a Justiça de Deus, como no quinto acto dos dramas morais, é o supremo cinismo, porque é negar a justiça dos homens, mostrando que a sociedade é impotente para castigar os culpados.”
Esta preocupação, não de negar a justiça de Deus mas de querer também a justiça dos homens que, subentende-se, é uma das altas manifestações da dignidade humana, com ela deparamos também na «Nota» de A Velhice do Padre Eterno [...].»

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