GASTÃO CRUZ
capa do pintor António Palolo
Lisboa, 1973
Plátano Editora, SARL
1.ª edição
18,3 cm x 11,5 cm
232 págs.
exemplar em bom estado de conservação; miolo irrepreensível
40,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Todas as gerações de criadores artísticos trazem consigo os
seus mentores e teóricos, cuja produção programática ou o exercício crítico
gera sempre aquilo que, por conforto e facilidade de arrumação, se designa por
“movimentos”. E são autênticos grupos de assalto às ideias estabelecidas e às
cumplicidades vigentes, num espectáculo de confrontos culturais, o mais das
vezes de lenta fatalidade para os envolvidos. Gastão Cruz protagonizou, neste
plano, a agitação e propaganda do movimento Poesia 61, um corpo artístico empenhado
em levar a pouca materialidade do neo-realismo português para as planícies
minimalistas de uma nova vaga à
francesa. Tarefa consumada, todavia, fora do período de exaltação da Poesia 61,
pelo romance Finisterra de Carlos de
Oliveira, muito mais tarde, em 1978.
A vertente reunião de textos avulsos de Gastão Cruz regista
todos os tremores ensaísticos dessa época. De passagem, o surrealismo nunca lhe
foi particularmente querido, o abjeccionismo ainda menos; embora se visse ele obrigado
a reconhecer méritos em Cesariny – não sem, com propósito evidente, tentar apoucá-lo
num certo «realismo» de trazer por casa.
A revisão de tais e tantas matérias virá a ser feita mais
tarde, nos anos 70, por um outro poeta e exegeta de fina observação... e o mais
alto representante do pensamento poético após o 25 de Abril: Joaquim Manuel
Magalhães.