[ANÓNIMO]
Lisboa, Janeiro de 1918
Lamas, Motta & C.ª Editores
[1.ª edição]
19,5 cm x 13,9 cm
94 págs.
subtítulo: Carta ao
sr. Sidonio Paes, inclito e invicto restaurador da ordem
exemplar manuseado mas aceitável; miolo limpo, parcialmente por abrir
ocasionais carimbos da biblioteca da Sociedade de Língua
Portuguesa
20,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Assim começa a dita carta:
«Ex.mo Snr. Doutor Sidonio Paes
Presidente da Republica
Ex.mo Snr., da maior consideração do paiz.
Se V. Ex.ª na sua honesta e honrosa faina de tentar levantar
este decahido paiz do enxurro em que ia tem um momento de descanço, consinta
que dêmos um rapido e util balanço aos acontecimentos, examinando-lhes o
conteúdo e neste as esperanças que elle nos pode deixar de se não tratar, em
tudo quanto nestes ultimos 30 dias o paiz tem saudado na imprevista e valorosa
acção de V. Ex.ª, de um simples fogo de vista, brilhante e desafogante, mas, no
fundo, fogo de vista, fugaz, ephemero, esteril.
O que está feito já por si vale, e muito, não só por ter
proporcionado um alto espectaculo de decisão humana, a que o paiz não estava
costumado, mas tambem porque, todos o sentem e proclamam, arejou saudavel e
agradavelmente a plumbea e viscosa atmosphera em que se estava vivendo. [...]»
Etc., etc., etc...
Aplaude o anónimo autor a acção (que foi nefasta) da
ditadura militar encabeçada por Sidónio, um regime político – diz-nos a História de Portugal em Datas (Círculo
de Leitores, Lisboa, 1995) – «[...] assente na figura de Sidónio Pais, [que se
caracterizou] pelo terror imposto aos adversários e por uma prática governativa
autoritária, desenvolvendo e estimulando a adesão popular à figura do chefe.
[...]»
Sidónio Pais virá a ser assassinado na praça pública, mal havia
decorrido um ano sobre o seu golpe de Estado.
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