sexta-feira, novembro 22, 2024

Voyage Autour de Ma Chambre, suivi du Lépreux de la Cité d’Aoste



[XAVIER DE MAISTRE]

São Petersburgo, 1812 e 1811
Imprimerie de Pluchard et Comp.
[1.ª edição conjunta dos dois livros, sendo 1.ª edição absoluta do segundo livro]
2 livros em 1 volume (ambos publicados sem nome de autor)
texto em francês
151 mm x 103 mm
194 págs. + 66 págs.
encadernação inteira em pele com nervuras muito pronunciadas e ferros a ouro na lombada, folhas de guarda em papel de fantasia debruadas com filete a ouro; assinada Invicta Livro no bordo inferior do verso da pasta dianteira
pouco aparado
exemplar muito estimado, com discreto restauro nas primeiras folhas
ex-libris do escritor Joaquim Pessoa colado no verso da primeira folha de guarda
peça de colecção
300,00 eur (IVA e portes incluídos)

Diz-nos o prefaciador [Vitor Silva Tavares] da moderna tradução portuguesa (& etc, Lisboa, 2002) ao pô-lo de par com Laurence Sterne:
«[...] Um pouco adiantado ao espírito da época, que em breve seria já decididamente “romântico” até por imperativos “revolucionários”, não é de espantar que Xavier de Maistre e, sobretudo, a sua Viagem à Roda do Meu Quarto viessem a influenciar o nosso Almeida Garrett: visite-se as Viagens na Minha Terra (de 1846, isto é, cinquenta e um anos depois da Viagem do outro) e lá veremos em epígrafe e depois comentada logo no início do primeiro capítulo a obra de De Maistre, entretanto largamente difundida por toda a Europa culta.
Novo e mais amplo salto no tempo: numa linha que parece outra já distante do romantismo enquanto movimento literário e artístico, também José Cardoso Pires vem a estabelecer, n’O Delfim, uma (tornada óbvia) comparação com a viagem do diletante aristocrata: o parto narrativo do romance tem lugar, em boa medida, no quarto de pensão onde se aloja o narrador-escritor, posto este se distancie do “onanismo literário” atribuível àquele – ou àqueles que vieram a glosar em sequelas o modelo narrativo elaborado por De Maistre no seu texto inaugural.
O Leproso, esse, quer pelo “décor” (uma torre semi-arruinada), quer pelo estigma que pesa sobre o protagonista e o marginaliza socialmente, é já um texto marcadamente “romântico”, até pelo excesso. O seu sabor especial acentua, de certo modo, o espírito que já estava enunciado, com outra frescura, na Viagem

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