quarta-feira, outubro 07, 2015

Poesia (1935-1940)


VITORINO NEMÉSIO
capa de Escada

Lisboa, 1961
Livraria Morais Editora
1.ª edição
20,2 cm x 15,7 cm
152 págs.
exemplar como novo, sem qualquer sinal de quebra na lombada
40,00 eur (IVA e portes incluídos)

Edição conjunta dos livros La Voyelle Promise, O Bicho Harmonioso e Eu, Comovido a Oeste, a que Nemésio, a pedido do editor, juntou uma notável ars poetica:
«[...] Que sabe o poeta sobre a sua própria poesia senão o que disse nela?
Nesta pergunta formulámos o problema da validade da autocrítica, adiantando uma resposta aparentemente negativa. Podemos agora avançar que a poesia fala ao seu autor na mesma linguagem que a outrem. Tem-no diante do dictum como a qualquer leitor que com ele se defronte. Mas há uma diferença capital nestas duas situações da relação comunicativa e hermenêutica. Enquanto o poema fala ao leitor a ele estranho originàriamente – isto é, de improviso ou, quando muito, no pressuposto de outros poemas do mesmo autor já notórios ao intérprete, – dirige-se originalmente ao próprio de que tomou surto ou origem e, assim, como rio que tornasse às suas fontes, revolve e comove mananciais psíquicos idênticos ou contíguos àqueles de que brotou.
Se a estranheza do poema é absoluta para o leitor a ele alheio, ou apenas relativizada por outra e prévia entrada do intérprete na intimidade expressional do poeta, é para este relativa apenas à nova posição que ele toma, como leitor, ante o seu. Na medida em que o poeta sustém a sua defrontação com o próprio poema como coisa conclusa e pretérita, os sinais que dele recebe o esclarecem. Falam ao mesmo dele mesmo. Por eles o poeta se confere. Neles reconhece os traços de si e do seu mundo, que só uma conjunção passada, fixando-se no verbo, apuraria. [...]»

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