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livros antigos, raros & esgotados - NIF 116884860 - CAE 47910
PAULO DA COSTA DOMINGOS
capa de Nuno Moreira
grafismo do autor
Lisboa, 2025
Barco Bêbado
1.ª edição
220 mm x 155 mm
32 págs.
acabamento com dois pontos em arame
exemplar novo
15,00 eur (IVA e portes incluídos)
Depois de 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9, e de Caderno 37, ambos publicados
em 2024, o autor fecha este ciclo com este Características, de onde
extraímos uma passagem:
«[…]
Ser-se electricidade num click
e a sêde canalizada e medida na
folha de cálculo da noite cósmica,
ser-se o segredo e o apavorado
espírito do Tempo, o ferimento
genesíaco que nunca vai sarar
o amanhã ser a con-sequência
prenominal dos ontens pela
bitola mental do lúmpen.
[…]»
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NEELI CHERKOVSKI
pref. Charles Bernstein
trad. António Gregório
capa e grafismo de Paulo da Costa Domingos
Lisboa, 2025
Barco Bêbado
1.ª edição
220 mm x 165 mm
432 págs.
subtítulo: 1959-2024
ilustrado
exemplar novo
30,00 eur (IVA e portes incluídos)
Um ano após a morte do norte-americano Neeli Cherkovski, a vertente antologia reúne
grande parte do seu trabalho poético, produzido ao longo de seis décadas e
meia, dele que foi também o biógrafo de Lawrence Ferlinghetti e de Charles
Bukowski.
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PAULO DA COSTA DOMINGOS
capa de Carlos Ferreiro
Lisboa, 2024
viúva frenesi
1.ª edição
220 mm x 155 mm
32 págs.
acabamento com dois pontos em arame
exemplar novo
15,00 eur (IVA e portes incluídos)
Uns poemas:
«¡Ah, pois! O mundo opaco
da comunicação de massas
é a ágüa-forte desta época
sob chuva de ácido nítrico
sobr’ a Corrente Subterrânea.
E o horizonte move-se
no poço das pupilas, recua
para o fundo interior de
abismos pouco esclarecidos,
sem ponto de vista, ainda.
*
Mais para sublime do que belo
este dia inteiro ao terror votado
só a mim pertence, assombroso
nos gritos, asteróide cioso
de colisão. Poderei então
a cada passo buscar
o novo agir das palavras
no cenário da guerra social
e, tal como Kepler, nunca
trocarei minha descoberta
por algum principado.
*
O sono trouxe-me aqui e abandonou-me,
as grandes decisões chamam o assombro
de prosseguir na vibrante pura inutilidade.
O facto é que falo com a alfazema
como se fosse tudo, mas não é tudo,
tudo, é um modo de dizer estou aqui,
alfazema, para o que der ou vier.
[…]»
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PAULO DA COSTA DOMINGOS
ilust. James Whistler
Lisboa, 2024
viúva frenesi
1.ª edição
220 mm x 155 mm
48 págs.
ilustrado
acabamento com dois pontos em arame
exemplar novo
10,00 eur (IVA e portes incluídos)
Um poema… de passagem:
«[…]
dos que procuram comunicar
o nenhum-sentido; qüando desapareceu
que comunicar aos que
bebem por sondas
de sombras mediáticas
resta o toque o corte o espasmo
enxerto na carne na pele
num desenho a tinta-desejo
que rasura premissas
porém, sim: porém, escapa o Único,
reconfigura as tragédias do século
a seu fervor substantivo e
verbal
da parte de fora do poema
a tod’ a hora morre alguém
no frio
da fria montanha das
frias dúvidas
a tod’ a hora um arrepio fend’ a
certeza de que Tudo
vem acontecendo; nunca nada
terá acontecido
prata emocionável, vibrante
(o crime fútil, ou a batalha),
folha em sofrimento: nada se passou
no gelo da Grande Escala
o ô-dor da paixão
é a miragem robusta
do lôgro bem sucedido
num conto de fadas
que a si puxa em vão
lugar onde
anteriormente
falava alto
uma árvore
o estilhaço de vidro em rewind
a usura do Tempo (em espelho)
no auge do cinismo
diz-se «é a vida»
o vagabundo, que casou com
a ambulância zumbindo
mentiras subúrbio em trânsito
congestionado como um rumor
pelas costas, falece de Lua
os drogados, é o Sol o cimento
distantes estames como bruma
nas veias cérebros de Estado
em lama, corrigem o prumo
a dama d’ oiros, a infecta carne
coração na boca pouca ou nenhuma
decência com o dinheiro que
lava, faz-se de morta
[…]»
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CELESTE VIRIATO
pref. Paulo da Costa Domingos
Lisboa, Março de 1980
& etc – Publicações Culturais Engrenagem, Lda.
1.ª edição
texto em castelhano
177 mm x 153 mm
20 págs.
ilustrado
impresso sobre papel superior verde-claro
acabamento com dois pontos de arame
exemplar como novo
PEÇA DE COLECÇÃO
45,00 eur (IVA e portes incluídos)
O título remete de imediato para as técnicas de collage e arrancamento,
para o ready made dadá, para o neo-dadaísmo pop. Mas
também, noutro plano, para o plágio ducasseano. Nunca para o entretém de
costureiras hippies! A vinheta na capa sublinhava, à partida, o
território cultural onde inserir o estranho objecto-livro. Que se tratava de
uma extensa montagem de texto em castelhano, atribuída, em entrevista-prefácio,
a uma stripteaser. Para a época em que foi publicado – a abertura dos estultos
anos 80 –, quando o país cultural se preocupava em dar a conhecer à Europa (e
ao mundo) a re-assunção da burguesia das Letras nacionais ainda mal recomposta
do susto do 25 de Abril de 1974, foi inegavelmente um acto provocatório a sua
publicação sob os auspícios do histórico editor Vitor Silva Tavares.
Não tanto, digamos, a reedição do mesmo texto mais tarde, em 2003, na frenesi, cinicamente
traduzido para português pelo poeta Jorge Fallorca, e revelando finalmente ao
pátio dessas Letras nacionais o verdadeiro “viriato” da peça (in Paulo da Costa
Domingos, De Regresso ao Campo de Honra, frenesi, Lisboa 2003). Também na
citação final, que encerrava o jogo, substituía-se Marcel Proust por Juan Goytisolo,
este, sim, o correcto ascendente da ideia literária contida em Patchwork.
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ÁLVARO LAPA
capa e grafismo de PCD [Paulo da Costa Domingos]
Lisboa, 1985
frenesi
1.ª edição [única]
190 mm x 130 mm
24 págs.
impresso sobre papel Conqueror azul
acabamento com dois pontos de arame
exemplar em muito bom estado de conservação; miolo irrepreensível
VALORIZADO PELA DEDICATÓRIA MANUSCRITA DO AUTOR AO PINTOR EURICO [GONÇALVES]
peça de colecção
70,00 eur (IVA e portes incluídos)
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PAULO DA COSTA DOMINGOS
pref. Jorge Fallorca
posf. Vitor Silva Tavares
capa, sobrecapa e ilust. Carlos Ferreiro
Lisboa, 1977
& etc – Publicações Culturais Engrenagem, Lda.
1.ª edição
175 mm x 153 mm
84 págs. + 1 cromo em extra-texto (colado na pág. 2)
ilustrado
exemplar como novo
PEÇA DE COLECÇÃO
VALORIZADO PELO AUTÓGRAFO DO ESCRITOR
75,00 eur (IVA e portes incluídos)
Trata-se do segundo livro de Paulo da Costa Domingos (n. 1953), quase
integralmente excluído nas sucessivas edições da sua obra reunida, tendo-se por
princípio que o psicadelismo é, afinal, muito mais interessante na ressaca.
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PIERRE ALFERI
trad. Jorge Pereirinha Pires
capa, paginação e grafismo de Paulo da Costa Domingos
Lisboa, 2024
Barco Bêbado
1.ª edição
210 mm x 131 mm
184 págs.
ilustrado
capa impressa a uma cor directa sobre cartolina branca, sobrecapa impressa a
prata e recorte de onda no papel goufrado
exemplar novo
20,00
eur (IVA e portes incluídos)
Como foi possível meia dúzia de casas editoras, com intuitos de ser uma referência
em colecções de poesia, não terem publicado, nos últimos 50 anos, um único
livro de ensaio que historiasse ou referisse explicitamente a arte poética,
enquanto técnica literária ou filosofia da linguagem?! Gerou-se, então, um
monstro no sono dessa nula Razão: a besta-fera do vale tudo verbal, inclusive
atirar poeira suja para os olhos dos leitores, servindo-lhes como poemas aquilo
que nada é senão verborreia débil de sentido e de Vida vivida. Impera, assim,
uma completa ausência de informação teórica, vertida para português ou, ainda
menos, com origem na língua portuguesa. Mas não quer isto dizer que rareie o
atrevimento de “escritores” nos caminhos pedregosos do género. E são, enxameadamente,
ecrãs sobre ecrãs internéticos, espaço privilegiado e sem juízo nem controlo,
de diarreias tendo-se na conta de versos, de poesia, e que acabam por fazer o
seu caminho até aos catálogos de editores gemeamente ignorantes.
A jovem casa Barco Bêbado, para além das pérolas culturais a que já habituou os
seus leitores, dá agora a conhecer, ao 51.º título publicado, o seminal Breves
| discursos, do falecido poeta e ensaísta francês Pierre Alferi (e
letrista de canções, pelo menos no primeiro disco da cantora e actriz Jeanne
Balibar), vindo deste modo preencher a supra-mencionada lacuna teórica.
Uma passagem apenas, do texto de Alferi:
«[…] O que é um verso? Sobre esta noção pesa hoje em dia um equívoco
grave, e que tem a sua importância na presente situação da poesia. A antiga
concepção do verso como unidade (não gramatical) estava ligada ao repertório
dos tipos de versos (antigos, modernos). Se continuarmos a fazer prevalecer
esta concepção, a poesia identifica-se com o verso, e escrever poesia com fazer
versos (caricatura na estética do “belo verso”). Ora, da maioria dos poetas que
contaram desde há cinquenta anos não se pode dizer que eles faziam versos. Nem
Pound, nem Celan, por exemplo. Porquê? Por causa da história geral da passagem
para segundo plano dos tipos de versos perante uma prosódia dinâmica mais
flexível (a do verso projectivo de Olson, por exemplo). […] É portanto uma
outra concepção do verso que vem à luz, ainda que implicitamente. Ela já não
coloca a ênfase na unidade do verso (nem semântica nem gramatical, nem mesmo
prosódica como a que se achava pressuposta na poesia que desposava tipos de
versos), mas no próprio corte, que é essencialmente agramatical, e no
encavalgamento que marca esse carácter não gramatical da organização verbal. O
corte já não é portanto o encerramento da unidade-verso, mas um sinal de
pontuação especificamente poético cuja força aparece no encavalgamento. O
verso, reduzido à acção de cortar e, muitas vezes, de encavalgar, não é então
mais do que um instrumento de trabalho rítmico sobre a frase. Do ponto de vista
da unidade, um verso não é mais do que um pedaço ou pedaços de frases. Escrever
poesia já não é fazer versos, mas fazer frases talhadas ritmicamente por meio,
entre outras coisas, do corte. […] Parece-me que só esta concepção do verso tem
sentido hoje em dia, e que o recurso aos antigos tipos de versos, tal como à
contagem isossilábica, dificilmente poderá ser outra coisa, para o dizer
brutalmente, senão o efeito da ignorância ou de uma reacção.
[…] A poesia, é ritmo, nada mais do que ritmo. Tudo o resto são maneirismos. […]»
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RUI BAIÃO, texto
ANDERS PETERSON, fotografias
grafismo de Paulo da Costa Domingos
Lisboa, 2024
Barco Bêbado
1.ª edição
267 mm x 185 mm
154 págs.
profusamente ilustrado
encadernação editorial
exemplar novo
45,00 eur (IVA e portes incluídos)
Uma passagem breve do texto:
«[…]
Sobr’estes pântanos — películas finas de um gesto
: espuma, à clareira das magnas superfícies : pneus usados,
tapados por uma lona. Alguns tijolos, a fazer de peso.
Louvados campos, talvez nenhumas moléculas famintas
— um abrunheiro, tombado ao comprido.
Um rafeiro a ladrar ao homem d’anorak turquesa.
Outro cão, sob a pele de um mais monstro que Ele
— prados & valas, ao quase-limite restrito das sebes
: casebres que não hibernam : cubos de toucinho,
usados como isco. No arame da ratoeira
[…]»
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PAULO DA COSTA DOMINGOS
capa e ilust. Luís Rocha
Lisboa, 2023
Barco Bêbado | viúva frenesi
1.ª edição
210 mm x 130 mm
52 págs.
ilustrado
exemplar novo
17,00 eur (IVA e portes incluídos)
Alguns versos:
Rocha sem fòrma ou sombra,
procuro alguma perfeição
por mão artífice. Por outro lado,
ardo, um braço, uma tocha
com a ferocidade, a malícia cruel
de uma infância outra.
Escurece. Rostos dissolvem-se, negros,
observados a fògos-fátuos, vigilantes:
um sistema construído
para mútua espionagem e juízo.
Um sistema de absorção da coragem:
dor, suas causa e conseqüência.
¿Quem tem a chave da concha vazia
do dia-a-dia... onde se acolitam
conseguimentos por conta d’ outrem?
Frustrante. Apenas um esbôço
de movimento para diante
visto nos diferentes ângulos.
Mas uma ideia deve escrever-se
vezes sem conta, no caminho
d’ alguma moratória certeza.
Hesito, solitário de novo
no perigo da escrita
pelo campo das imagens
convencionais, à procura
do encontro e da superação
em sua honra: depauperando-me.
Campo do silêncio e da chama
ateáveis. ¿Quem tem a chave
de um longo e duro olhar?
*
A fôrça do passado: um cheiro
podre a pele engordurada que
arde degrau a degrau: cinza
operativa tal como placenta;
o passado, por aquilo a que fòrça
– acesso ou isolamento na desolação –
escraviza. A fôrça da oralidade
contra a escrita (a História) reverte
a verdade em dúvida, em histórias
de bairro entre cheiros gordos:
sujas dinastias de virilhas escondidas,
eventualmente. Na pequena lista
das coisas familiares e palpáveis
insinua-se o conceito (o quisto,
o trombo, a ordem) que tudo degrada
e mata. A fôrça do passado
empurra, empesta. Paga-se
devorado: nunca mais, o trabalho,
a folha de ordenado, que uma floração
(uma floração outra) obriga.
Mesmo qüando não arde, arde, e
morde o coração profundo: fòrça;
qüando poder-se-ia apenas respirar
olhos postos numa eterna doçura
sem azedume ou medo, murmúrio
apenas: as palavras acima da palavra
como segredos de fumo, como:
pérolas segregadas, imagens sem verbo,
que nada ferem, nenhuma denúncia,
ou remoque. A fôrça evocativa
do verde-esmeralda que resolve, infere,
a magia negra, de uma noite, no
silêncio trepidante… ¿Onde estás...
onde?... Algo se alia a algo nunca
conhecido.
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RENE RICARD
trad. Luís Lima
pref. Raymond Foye
fotografias de Rita Barros
grafismo de Paulo da Costa Domingos
Lisboa, 2023
Barco Bêbado
1.ª edição
210 mm x 130 mm
104 págs.
exemplar novo
17,00 eur (IVA e portes incluídos)
Da contracapa:
«Eu sou corrupto / e sou este país / A imagem da democracia que cegou /
A expansão da empresa / quando atinge o limite / e se volta para si própria /
forçada a roubar quando já tudo tem dono / Vi o reverso da promessa de Whitman
/ O imigrante – italiano das canções, irlandês das / boas intenções, alemães,
gregos, haitianos, hispânicos, / de lâmina cintilante tornados gângsters, bifes
célticos ou / italo-macarrónicos, guineenses, enrabados e pretos nesta / Grande
terra. / Há animais com forma humana / em matilhas como lobos / A águia nobre dilacera
o pardal comum / As pessoas como insectos, vermes e montes de bactérias. / Como
a ilha era hospitaleira, deixaram-na em ruínas / Eu sou esse país, a América, /
Vejo-te águia estirada presa ao mapa / enxameada a rastejar com formigas.»
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ERIC WALKER
trad. António Gregório
pref. Raymond Foye
posf. Neeli Cherkovski
pintura da capa de Francesco Clemente
lettering e grafismo de Paulo da Costa Domingos
Lisboa, 2023
Barco Bêbado
1.ª edição
210 mm x 130 mm
164 págs
exemplar novo
19,00 eur (IVA e portes incluídos)
Do poeta norte-americano Eric Walker (1964-1994) precisamente um poema
escolhido pelo editor:
«A PENA CAPITAL
Vão matar-me amanhã,
ou talvez na próxima semana,
vão distribuir os meus ossos
por várias conserveiras,
mas ninguém cantará na minha morte,
vão queimar com gosto a minha obra,
vão espezinhar o meu sangue, e
vão fazer das minhas palavras uma palhaçada,
a senhora gorda vai dançar com o Kaiser,
o esqueleto desconjuntado vai voltar-se para a justiça
mas encontrar apenas o erro de impressão das suas palavras
nos jornais que ludibriam os mortos,
veste uma mortalha branca como a neve,
vou viver como pertença dos seus assassinos,
deslizam abaixo da linha de água,
são aqueles que não devem compreender
que Deus é a presença da vida,
ludibriam e mentem e lucram
com a alma de um homem, e eu não sou senão carne
a ser limpa e vendida e licitada em
neve cega entalhada na ruína fria
de um sonho sem esperança,
a permanecer como uma árvore quadripé
dentro da cúpula da salvação.»
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HERBERT HUNCKE
pref. Oliver Ray
trad. Manuel João Neto
ilust. Pedro Saraiva
grafimo e paginação de Paulo da Costa Domingos
Lisboa, 2023
Barco Bêbado
1.ª edição
210 mm x 130 mm
160 págs.
ilustrado
exemplar novo
20,00 eur (IVA e portes incluídos)
Uma passagem do texto de Herbert Huncke (1915-1996):
«Acabei de comer o Peter e
empurrei os últimos pedaços com cerveja – cerveja lager. Ele era tenro e
sumarento – suculento – caramelizado e esguio.
Engoli o coração inteiro. Chupei-lhe os ossos – até à medula – e abandonei-os
limpos – numa pilha – cuidadosamente elaborada.
Vou usar o cabelo para tecer um gibão sedoso – um cachecol – para enrolar à
volta da garganta e uma cinta.
Com os ossos vou construir uma cama – e vou passar horas deitado nela – a
sonhar – o crânio dele a fazer de almofada – os pássaros virão e
encontrar-me-ão morto.
Vão debicar-me e arrancar-me pequenos bocados de carne. Alguns deles levantarão
voo – para me lançar ao mar – e oferecer aos peixes. O sol secar-me-á e o vento
espalhará flocos de poeira sobre a terra.
Os nossos ossos irão pulverizar-se lentamente e transformar-se em pó – a chuva
misturando-nos um no outro – e lavando a terra – infiltrando-se nas raízes das
árvores – ervas – flores.
Eles encontrarão os nossos crânios – os últimos dos últimos – unidos mandíbula
contra mandíbula – na caricatura de um beijo.»
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MELCHIOR VISCHER
pref. David Vichnar
anotado por Tim König
trad. António Gregório, e Joana Jacinto
capa (fotog.) de Roger Ballen
grafismo e paginação de Paulo da Costa Domingos
Lisboa, 2023
Barco Bêbado
1.ª edição
[240 mm x 125 mm] + [220 mm x 100 mm (encarte)]
120 págs. + [1 encarte (in 4.º): 4 págs. (fechado)]
subtítulo: Um romance de inquietante alta rotação
encarte: Peter Bouscheljong, O Sonho de uma Coisa (Crónica Subversiva),
trad. Ana Isabel Soares
ilustrado
exemplar novo
18,00 eur (IVA e portes incluídos)
Uma passagem do texto do dadaísta Melchior Vischer (1895-1975):
«[…] A cidade dos macacos uivadores e das pulgas, da corrupção, do bacillus
idioticus militaris neo-europeu, também o ponto fulcral de todas as
bandeirolas de um mundo ocidental tratado a arsfenamina, sede de traficantes
que agitam o mercado em alta com a insolvência do estado, de esgotos entupidos,
dos eléctricos mais rápidos do mundo e a cidade dos seis mil ministros. Já
todos foram ou são ou serão ministros. Em troca disso, toda a nação
resplandece. […]»
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