FRELIMO
Porto, 1971
Edições Afrontamento / Departamento de Educação e Cultura da
Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO)
[1.ª edição ?]
23,4 cm x 15,7 cm
8 págs. + 84 págs.
profusamente ilustrado no corpo do texto
exemplar estimado; miolo limpo
20,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Livro de referência para o país que, subterraneamente então,
começava a emergir, definindo uma história do ponto de vista de um povo sob
ocupação forçada. Um exemplo, de passagem:
«[...] A economia portuguesa não tinha força para explorar
as colónias. Foi assim que o capital estrangeiro começou a explorar o povo de
Moçambique por meio da Companhia de Moçambique, Companhia da Zambézia,
Companhia do Niassa, Companhia do Boror, Companhia do Luabo, Societé du Madal e
Sena Sugar Estates.
Em 1900 a área de Moçambique ocupada por estas companhias
era superior a dois terços da superfície total do país.
A mais importante destas companhias, fundada em Fevereiro de
1891, era a Companhia de Moçambique. Os capitais (dinheiro) na base desta
companhia vieram da Alemanha, Inglaterra e da África do Sul e somavam ceca de
5.000.000 dólares. A Companhia ficava a governar toda a actual província de
Manica e Sofala durante 50 anos.
O governo português devia receber 7,5 por cento do total dos
lucros. A Companhia tinha o monopólio do comércio, da indústria mineira, da
pesca, das pérolas, da caça dos elefantes, etc. A Companhia tinha direito de
cobrar os impostos, entre os quais o imposto de palhota que é uma fonte segura
e inesgotável de mão-de-obra. A Companhia tinha também o direito de construção
de estradas, portos e outras vias de comunicação e ainda o direito de fazer
pequenas concessões a outros. Tinha também o direito de cultivar o seu
território. Todas as terras que tivessem sido cultivadas pela Companhia
ficavam-lhe a pertencer depois de terminada a concessão (prazo). Outros
direitos da Companhia eram os bancos, os serviços postais e a administração. A
sede desta companhia passou a ser a cidade da Beira. A Companhia construiu o
caminho de ferro para Umtali e o porto da Beira para servir os interesses da
economia da Rodésia e da Zâmbia. [...]»
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