SOEIRO PEREIRA GOMES
capa e desenhos de Álvaro Cunhal
Lisboa, 1976
Organização dos Técnicos Agrícolas da Direcção da
Organização Regional de Lisboa do Partido Comunista Português
[2.ª edição ? (1.ª edição ilustrada)]
20,9 com x 14,1 cm
24 págs.
ilustrado
acabamento com dois pontos em arame
exemplar estimado; miolo limpo
25,00 eur (IVA e portes incluídos)
«Para além dos notáveis romances e
contos que escreveu, Soeiro Pereira Gomes produziu também textos políticos, em
forma de cartas, folhetos ou artigos.
As questões abordadas eram variadas, como o foram as tarefas
partidárias que desempenhou, particularmente na clandestinidade: o papel dos
intelectuais na luta antifascista, a construção da unidade nacional contra a
ditadura ou a utilização das praças de jorna para a conquista de direitos e
para a luta pelo derrubamento do fascismo.
Neste último caso, escreveu em Agosto de 1946 Praça de Jorna. Nesse folheto, começa
por clarificar o que eram as praças de jorna: “um mercado de mão-de-obra, a que
vão assalariados e proprietários rurais (ou os seus delegados: os capatazes), e
em que os primeiros, como vendedores, oferecem a sua força de trabalho, e os
segundos, como compradores, oferecem o salário ou jorna, que é a paga de um dia
de trabalho”.
Soeiro Pereira Gomes, que trabalhava então com os camponeses e
operários agrícolas do Alto Ribatejo, rejeita a visão de alguns, segundo os
quais as praças eram, ainda, “restos do antigo mercado de escravos e, portanto,
desumanas e inteiramente condenáveis”. Afirmando, pelo contrário, que estas
eram instituições capitalistas, realçava que as praças eram um processo mais “progressivo
e mais útil de contratar trabalho do que o processo individual de contrato”. E
insistia mesmo na ideia de que, nas condições do fascismo, poderiam ser úteis
para a unidade camponesa e mesmo para a sua libertação do jugo fascista.
Que assim é provava-o, por exemplo, a resistência constante
que o patronato opunha ao seu regular funcionamento. [...]
No entanto, prosseguia, “não basta lançar a palavra de ordem
de formação de novas praças e defesa das que existem. É preciso organizar as
praças de jornas para a luta”. [...]» (Avante!, n.º 1.846, Lisboa, 16 de Abril, 2009)
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