RICHARD WAGNER
trad. e pref. Daniel de Sousa
Lisboa, 1945
Editorial Inquérito Limitada
1.ª edição
18,9 cm x 12,3 cm
112 págs.
exemplar estimado, no geral com o papel muito oxidado; miolo
limpo
17,00 eur (IVA e portes já incluídos)
A nota de abertura assinada pelo tradutor contextualiza
historicamente, quer Wagner (1813-1883) quer Beethoven (1770-1827), dois génios
da música alemã separados por, digamos, umas duas gerações. Se este último teve
sempre a admiração daqueles que têm no Contrato
Social de Rousseau a sua cartilha progressista, o mesmo não se pode dizer
do injustiçado Wagner, cuja obra, mentirosamente associada ao “estilo”
monumental e totalitário hitleriano, a populaça da sociedade de consumo, que
nada estuda e tudo compra pré-concebido, passa a rejeitar no pós-guerra, porque
lhes disseram que sim. «[...] Cruel anátema lançado contra uma personalidade
que até aos anos 30 era reivindicada pelas vanguardas estéticas, de Baudelaire
e Mallarmé a Cézanne, considerado um revolucionário por anarquistas e
esquerdistas radicais. Custa a imaginar, nos nossos dias, que por inserir em
1911 a frase de Wagner: “Uma só coisa é sagrada: o homem livre. Acima dele nada
existe”, os redactores de um periódico libertário de Berlim tivessem sido
encerrados no calabouço... [...]» (Carlos da Fonseca, pref. a Richard Wagner, A Arte e a Revolução, Edições Antígona,
Lisboa, 1990).