CARLOS DE OLIVEIRA
Lisboa, 1950
Centro Bibliográfico
1.ª edição
19,2 cm x 13,6 cm
64 págs.
composto manualmente em Elzevir
exemplar em bom estado de conservação; miolo limpo
carimbo de posse no ante-rosto
90,00 eur (IVA e portes incluídos)
Na sua geração, aquela que se designa por neo-realista, é Carlos de Oliveira o
escritor nuclear, tanto na prosa como na poesia. E assim é um escritor
exemplar, porque levou o seu instinto de depuramento da escrita a extremos
radicais. Se o domínio da arte poética o fez levar a escassez retórica para
dentro da prosa (ver Finisterra, já
perto do fim da vida), o seu trabalho de revisão constante dos romances
inequivocamente contaminou o ofício dos versos, pondo-os a salvo dos perigos
naturais da tendência liricista menor na poesia portuguesa. O vertente livro
saía dessa lamúria tradicional com alguns exemplos que fizeram escola,
inclusivamente ao serem devolvidos ao universo da canção popular donde haviam
partido, como seja o poema «Livre» (mais
tarde suprimido pelo poeta – talvez cansado de o ouvir na rádio, ou de ouvir,
talvez, aquilo que a voz de um intérprete sempre acrescenta aos versos alheios)
– aquando da segunda oportunidade de reunir o seu trabalho poético):
«Não há machado que corte
a raiz ao pensamento:
não há morte para o vento,
não há morte.
Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida,
sem razão seria a vida,
sem razão.
Nada apaga a luz que vive
num amor, num pensamento,
porque é livre como o vento,
porque é livre.»
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