sábado, janeiro 09, 2016

Originalidade da Literatura Portuguesa


JACINTO DO PRADO COELHO

Lisboa, 1977
Instituto de Cultura Portuguesa / Secretaria de Estado da Investigação Científica / Ministério da Educação e Investigação Científica
1.ª edição
19,2 cm x 11,7 cm
92 págs.
é o n.º 1 da prestigiada colecção Biblioteca Breve
exemplar como novo
20,00 eur (IVA e portes incluídos)

Uma passagem do acutilante ensaio:
«[...] Se é “temperado” o nosso carácter, como pretendia Oliveira Martins, talvez pudéssemos associar à discrição afectiva a moderação do bom-senso. Diz-se que o Português é um romântico, define-se o Português pela emotividade, pela impulsividade. Mas serão tais atributos que o distinguem de outros povos meridionais? Ou ficar antes num meio-termo, corrigindo a emotividade pela cautela e o entusiasmo da novidade pelo apego à tradição? Um misto de “aventura e rotina”, para repetir a fórmula de Gilberto Freyre? Pelo menos na esfera da cultura, não fomos tantas vezes vagarosos e prudentes no modo como seguimos os grandes movimentos de renovação? Não balizámos com firmeza o Renascimento, tentando conciliá-lo com uma Idade Média ainda vivaz no Portugal quinhentista? Não é mitigado e bastante razoável o nosso Romantismo, alheio a voos místicos ou de solta fantasia? Não se mostram, em certo sentido, anti-românticos os mentores do Romantismo português? Não foi necessário esperar pelos fins do século XIX ou até pelo século XX para assistir, na literatura portuguesa, a mais estremes manifestações de romantismo, em poetas como António Nobre e Pascoaes, em ficcionistas como Raul Brandão ou Agustina Bessa-Luís? E não tem sido um trabalho de Hércules libertar a nossa prosa literária do sensato e do retórico? [...]»

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