WILLIAM SHAKESPEARE
trad.
Manuel Bandeira
pref. Ruben
A.
Lisboa, 1964
Editorial Presença
1.ª edição [em Portugal]
18,5 cm x 11,5 cm
200 págs.
exemplar estimado; miolo limpo
20,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Da introdução de Ruben A.:
«[...] O poeta Manuel Bandeira emprestou à tradução a
realidade espantosa do decassílabo heróico, camoniano, métrica perfeita para o
poema épico e que assenta como uma luva num tema também épico e cuja magnitude
atinge em ambos o sublime. A diferença está na própria essência da tragédia
shakespeareana. Em Macbeth não há
qualquer transigência lírica, os momentos de amor são momentos de ódio, a
inquietação é uma determinante de catástrofe, o amor apenas reside na vontade
de sangue. Não há em Macbeth
episódios líricos, intervalos de narrativa onde o amor pode surgir na sua
tranquila inocência, rodeando a atmosfera de um mesmo encanto [...].
Macbeth é uma
narrativa que não transige no seu caminhar cadenciado de maus agouros, de
prenúncios dramáticos. Tudo caminha em ambiente de uma plenitude ensaguentada –
é o drama da ambição, aliado às hesitações que se deparam no espírito de quem
comete determinado crime. A mulher, no entanto, não hesita, a ela cabem as
honras da tragédia. Lady Macbeth supera-se, atinge um auge da cadência
patética, sobretudo ao afirmar
Sê a inocente
Flor na aparência, e no íntimo –
serpente.
Onde há ambição de poder não há amor, isto prova-o a
tragédia Macbeth, e aqui parece-me
residir a mais espantosa mensagem deste poema dramático. [...]»
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