[ARNALDO] BASTOS
MARTINS
Lisboa, s. d. [1962 ?]
Edição do Autor
1.ª edição [única]
21 cm x 14 cm
96 págs.
exemplar estimado; miolo limpo
assinatura de posse no canto superior esquerdo do ante-rosto
assinatura de posse no canto superior esquerdo do ante-rosto
17,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Trata-se
do depoimento de um retornado em fuga à invasão de Goa a 18 de Dezembro de
1961. Algumas passagens do texto:
«[...]
Recordo os dias que acabo de viver.
Os goeses
andavam perplexos por não terem uma directiva do Governador-Geral acerca do que
deveriam fazer quando a invasão começasse. Directiva única: “Ficaremos aqui,
mesmo debaixo da terra”.
É inútil
comentar esta directiva balofa e inútil, que cheira a jantares de homenagem e a
discursos de velhotes numa academia de história.
Que
instruções receberam os goeses acerca do que deveriam fazer para defender as
suas terras, os seus lares, os seus bens?
Nenhumas.
Não vale a pena sofismar, a resposta é só uma: nenhumas.
Queriam
instruções – deram-lhes discursos. Se os indianos invadissem, que fazer? Fugir?
Atirar-lhes pedras? Fazer-lhes os discursos que já sabiam de cor? Cruzar os
braços? [...]
A verdade
é que Sua Excelência esqueceu o povo que tanto lhe serviu para comoventes
discursos. Sua Excelência não mandou organizar a tempo a Defesa Civil do
Território. Sua Excelência a ninguém deu instruções. Sua Excelência limitou-se
a ser Sua Excelência. [...]»
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