GEORGES BERNANOS
trad. Fernanda Pinto Rodrigues
capa de A. Pedro
capa de A. Pedro
Lisboa, 1988
Edição «Livros do Brasil»
1.ª edição
21,1 cm x 14,4 cm
240 págs.
exemplar em muito bom estado de conservação, sem qualquer quebra na lombada; miolo irrepreensível
20,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Tendo como autor um intelectual de direita, trata-se talvez
da mais radical denúncia das atrocidades cometidas durante a guerra civil de
Espanha, sem poupar nenhuma das forças políticas envolvidas no conflito. Uma
passagem do texto, a título de exemplo de uma linguagem destemida e concisa:
«[...] Quando um pequeno número de espiões abastecidos pelos
laboratórios e levando de cidade em cidade uma confortável existência de
turistas bastar para reduzir em cinquenta por cento a população, propagando a
peste bubónica, generalizando o cancro e envenenando as fontes, chamareis a
isso também a guerra, hipócritas? Condecorareis com a Cruz de São Luís ou a
Legião de Honra os vossos corretores de mormo e cólera? Não haverá sequer
maneira de festejar o Armistício, pois haverá tanto armistício como terá havido
declaração de guerra, os governos afirmam, com a mão no coração, a sua vontade
pacífica e juram por todos os santos que não têm absolutamente nada a ver com
essa curiosa proliferação de epidemias. [...]»
Ou esta:
«[...] Compreenderíamos muito bem que um jovem príncipe
moderno trataria mais facilmente com os chefes do proletariado, mesmo
extremistas, do que com sociedades anónimas e bancos. [...]»
E esta:
«[...] A estupidez não inventa nada; sabe aproveitar
admiravelmente para os seus fins, para os seus fins de estupidez, tudo quanto o
acaso lhe proporciona. [...]
[...] não vencereis os imbecis nem pelo ferro nem pelo fogo.
Porque eu repito que eles não inventaram nem o ferro, nem o fogo, nem os gases,
mas utilizam perfeitamente tudo quanto os dispensa do único esforço de que são
realmente incapazes, que é o de pensarem pela sua cabeça. Preferirão matar a
pensar, eis a pouca sorte! E vós, precisamente vós, forneceis-lhes mecanismos!
O mecanismo foi feito para eles. Enquanto não chega a máquina de pensar que
eles esperam, que eles exigem, que há-de vir, contentar-se-ão muito bem com a
máquina de matar, ela assenta-lhes mesmo como uma luva. [...]»
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