terça-feira, abril 16, 2019

Tempo de Orfeu


ALFREDO GUISADO
pref. Urbano Tavares Rodrigues
capa de João da Câmara Leme

Lisboa, 1969
Portugália Editora
1.ª edição
20,2 cm x 14 cm
XX págs. + 2 págs. + 182 págs.
subtítulo: 1915-1918
ilustrado com o fac-símile do manuscrito do poema «Arabescos»
exemplar estimado; miolo limpo, por abrir
27,00 eur (IVA e portes incluídos)

Lisboeta, apesar dos ascendentes na Galiza, Alfredo Pedro Guisado viveu entre 1891 e 1975. Fez um percurso cívico assinalável, sucessivamente como deputado republicano pelo Partido Democrático, vereador da Câmara Municipal de Lisboa e presidente do Conselho-Geral das Juntas de Freguesia de Lisboa e da Federação das Juntas de Freguesia de Portugal. Após a implantação do Estado Novo iremos vê-lo como opositor, também no meio jornalístico, tendo mesmo chegado a desempenhar o cargo de director-adjunto do jornal República. Ao longo da sua carreira artística – com reconhecidas participações nos periódicos literários de referência à época, a saber: A Renascença (dir. Carvalho Mourão), Orpheu 1 (dir. Fernando Pessoa), Exílio (dir. Augusto de Santa-Rita) e Sudoeste (dir. Almada Negreiros) –, para além do seu nome de baptismo conhecem-se-lhe, emulando por certo uma heteronimia pessoana, três pseudónimos: Filomeno Dias, Pedro de Menezes e João Lobeira. Enquanto poeta, a sua criação pode genericamente ser enquadrada num consciente afastamento estilístico do neo-garrettismo romântico e do saudosismo portuense promovido pel’A Águia – que ele praticou em livros anteriores à sua participação no primeiro número de Orpheu. Colara-se Guisado, por essa altura de 1914-1915, ao tom poético e à visão negativista de um Mário de Sá-Carneiro, o que, de passagem, o leva a acolher em convívio esse grupo de escritores e artistas plásticos nacionalistas que virão a estar entre os responsáveis pela verbalização do ressurgimento do poder autoritário e, em parte, pelo soçobrar dos ideais republicanos. Num outro plano, mais propriamente logístico, sendo a família dele proprietária do restaurante na Baixa lisboeta Os Irmãos Unidos, o poeta convinha ao grupo, pela sala-de-estar a cujas mesas muito debate intelectual se deu.

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