LUIZ PACHECO
VITOR SILVA TAVARES
CARLOS FERREIRO
Lisboa, 1970
Contraponto [de Luiz Pacheco]
1.ª edição
2 brochuras e 1 cartaz (completo)
[21,8 cm x 16,4 cm] + [25 cm x 17,6 cm] + [36,8 cm x 25,2
cm]
28 págs. + 12 págs. + 1 folha
28 págs. + 12 págs. + 1 folha
ilustrados
textos impressos a violeta
textos impressos a violeta
exemplares em bom estado de conservação; miolo
irrepreensível, as costas do cartaz apresentam à cabeça sinais de arrancamento
sem prejuízo da peça
são o n.º III da tiragem especial de apenas 300 exemplares
assinados pelos escritores
RARA PEÇA DE COLECÇÃO
1.750,00 eur (IVA
e portes incluídos)
No texto de apresentação, de Vitor Silva Tavares:
«Comunidade é uma
obra-prima.
Nada arrisco em afirmá-lo, só risco havendo perante uma
Literatura (caixa alta, reverência) feudo de literatos, de escritores com banca
e atestado (e pópó e coroa de louros), dos eruditos seus críticos e demais
panegiristas profissionais das Letras, de toda essa inteligentzia que embalada não sei por que espírito de missão (ai
Portugal, tão à mercê de tais heróis!) se furta ao bisturi do conhecimento
próprio (incapacidade, medo, conveniências...) e julga poder reflectir os outros, ser a voz autorizada (por
quem?, porquê?) de um povo e da sua marcha. [...]»
No segundo texto, «à pressão», é o ilustrador e pintor
Carlos Ferreiro tratado como príncipe da imagem gráfica, que sempre foi – não
por acaso, veio ele a ser autor das melhores capas da futura editora & etc:
«[...] simples vinheta ou ilustração de texto – mas sem
obediência, sem premeditação, sem flor de estilo. Um sonho a explodir em negro
tipográfico, a cidade tal qual é por sobre e sob a aparência que o olho
fotográfico regista, enganando-se.
A moda passa de lado, como no autocarro da Charneca. A
crueldade exposta não é para digerir pelos bestuntos elegantes, é fruto de uma
digestão dolorosa, digestão de pavores vividos e de pavores latentes, digestão
lenta, obscura, direi misteriosa, porém determinada.
Os bonecos de Ferreiro devolvem à cidade o seu rosto
verdadeiro.»