domingo, outubro 03, 2021

Arte de Furtar

 

ANTÓNIO VIEIRA, padre

Lisboa, 1855
Editores, J. M. C. Seabra & T. Q. Antunes
s.i. («nova edição»)
220 mm x 145 mm
XIV págs. + 284 págs. + 2 págs.
subtítulo: […] espelho de enganos, theatro de verdades, mostrador de horas minguadas, gazúa geral dos Reinos de Portugal
encadernação coeva em meia-inglesa gravada a ouro na lombada
aparado, sem capas de brochura, folhas-de-guarda impressas com motivo cruciforme
exemplar muito estimado; miolo limpo, papel sonante, frontispício e última folha com sinais de repasse do desenho das folhas-de-guarda
50,00 eur (IVA e portes incluídos)

Durante longos anos correu este gostoso texto atribuído ao padre António Vieira, mas Inocêncio Francisco da Silva (ver Diccionario Bibliographico Portuguez, tomo I, Imprensa Nacional, Lisboa, 1858), ao fazer um resumo das diferentes posições ao longo dos tempos relativamente a uma tal autoria, põe alguma luz sobre o problema:
«[...] A Arte de Furtar foi prohibida em Hespanha por edito da Inquisição de... de Janeiro de 1755, e ahi se declara ser falsamente attribuida ao P. Antonio Vieira. Passou depois para o corpo dos Indices Expurgatorios do mesmo Tribunal e ainda no ultimo, impresso em Madrid, 1790, a encontro a pag. 277, com a mencionada declaração.
Excluida assim a idea de que a obra fosse de Vieira, restava indagar a qual dos escriptores seus contemporaneos poderia attribuir‑se com maior verosimilhança.

Alguns criticos, tractando este ponto talvez com nimia prudencia, não quizeram arriscar a respeito d’elle uma opinião decisiva. D’este numero é o professor Pedro José da Fonseca, que no Catalogo dos Auctores collocado á frente do tomo I (e unico) do Diccionario da Academia, a pag. LXI, tendo dado por demonstrado que o attribuir tal obra ao P. Vieira fora impostura, com que algum escriptor occulto pretendeu acreditar‑se á sombra de tão respeitavel nome, accrescenta: “Todavia não deixou elle (quem quer que fosse) de contrafazer e imitar felizmente o estylo e phrase do supposto e famigerado auctor em viveza, facilidade, correcção, e até mesmo em elegancia.”
Mas nos tempos modernos varias conjecturas se têem feito, com o fim de descubrir entre os escriptores do reinado de D. João IV, ou proximos a elle, o que com mais visos de probabilidade poderia ter produzido esta obra, que denuncia no seu auctor ingenho não vulgar, espirito penetrante, e sciencia experimental dos negocios administrativos e financeiros da epocha em que viveu. [...]»


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