segunda-feira, junho 27, 2022

Carta a Otelo

 

GASTÃO CRUZ

Lisboa, Dezembro de 1984
& etc – Publicações Culturais Engrenagem, Lda.
1.ª edição [única]
174 mm x 150 mm
8 págs.
acabamento com dois pontos em arame
exemplar como novo
RARA PEÇA DE COLECÇÃO
360,00 eur (IVA e portes incluídos)

Trata-se de um número especial da colecção Subterrâneo Três, com a capa em cartolina, mantendo o acabamento agrafado. O texto do poeta e ensaísta Gastão Cruz, no tom de um neo-realismo explícito, aludia à recente prisão de Otelo Saraiva de Carvalho, o revolucionário estratega do 25 de Abril, que, até então, nunca havia parado de afrontar as forças reaccionárias. Na época, o Estado empenhava-se em prender, neutralizar ou lançar intrigas no seio dos seus últimos opositores partidários da acção directa, em prol de um parlamentarismo sedentário, plebiscitoso e cúmplice. Gastão Cruz, num gesto emocionado espontâneo, o qual tem vindo a esconder do seu currículo literário, dirigia-se aqui ao homem acabado de ser feito prisioneiro do regime que possibilitara existir:
«[…] você que imaginou uma manhã diversa
para um país sombrio, imóvel e doente,
e depois se esqueceu que a sombra voltaria
a infectar a terra
neste pobre presente, […].
Nestes dias de outono,
para os seus carcereiros
você é só um resto de emoção proibida,
uma imagem incómoda, um odiado vestígio
(de esperança? de vida?) […]»

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