ALBERTO PIMENTA,
org. e pref.
Lisboa / Porto, 1982
A Regra do Jogo
1.ª edição
184 mm x 111 mm
88 págs. + 4 págs. em extra-texto
exemplar como novo
27,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Do texto introdutório do compilador:
«[...] como entender o acto estético senão como a asserção
duma individualidade e das suas imagens do mundo contra as imagens colectivas,
ou totalitárias, desse mesmo mundo? [...]
A questão com Pombal não é apenas a do seu despotismo, nem
só a da sua tentativa de alterar certos hábitos de classe, o que já não seria
pouco; é sobretudo o facto de Pombal não ser o rei e agir como se o fosse, o
que em si mesmo simbolizava (ou prenunciava) já a mudança social em curso.
[...] À semelhança das vidas dos santos (ou das dos bandidos
célebres), que raras vezes apresentam uma imagem de conjunto coerente, mas são
feitas de retalhos (uma visão, um milagre, uma tentação, ou um assalto, uma
perseguição, etc.), assim se foi criando um mosaico mítico da vida e obra do
Marquês: o Marquês do terramoto, o Marquês da expulsão dos Jesuítas, o Marquês
do atentado e respectivo processo, etc., etc.
[...] as sátiras que surjiram em enorme quantidade logo após
a sua queda (e anónimas na quase totalidade, datáveis porém de 1777/78, de
qualquer modo sempre antes da morte do Marquês em 1782) incidem sempre nos
mesmos pontos: a brutalidade despótica e caprichosa e a corrupção por peculato
e nepotismo. [...]
Aqui se apresentam pois os exemplos considerados mais
interessantes deste género de monumento imperecível ao déspota: a sátira.
[...]»
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