AFONSO COSTA
compil., pref. e notas de A. H. de Oliveira Marques
Lisboa, 1973, 1976 e 1977
Publicações Europa-América / Livraria Bertrand
1.ª edição (todos os vols.)
3 vols. (completo)
20,8 cm x 14,7 cm
[624 págs. + 8 págs. em extra-texto] + [680 págs. + 8 págs. em extra-texto] + [464 págs. + 8 págs. em extra-texto]
exemplares estimados; miolo limpo
75,00 eur (IVA e portes incluídos)
Do incisivo Prefácio do historiador Oliveira Marques, que agarra a verdade histórica que transpira dos documentos em estudo:
«[...] Do ponto de vista da luta de classes, o que nos parece bem mais realista encontrar nesse período – para lá de fenómenos ocasionais – é antes um conflito intenso entre média e pequena burguesia, por um lado, e grande burguesia (incluindo nesta os aristocratas e os latifundiários), pelo outro. O proletariado, porventura na sua maior parte, foi a reboque desta última. Serviu os interesses dela, mais do que os seus, nesse combate que travou contra aqueles que, no fundo, estavam bem mais próximos das suas aspirações e dos seus desejos. [...]
Os proletários que se julgavam mais cônscios da sua classe e dos seus interesses fizeram, quase sempre, o jogo da reacção, sem o saberem. Aplaudiram os movimentos reaccionários, quando não contribuíram eficazmente para a sua organização e triunfo. Atacaram sem descanso a corrente mais radical e mais progressiva do Partido Democrático – a única que lhes poderia dar apoio e que, por seu turno, precisava do seu apoio –, inutilizando todos os esforços de consolidação do regime numa via esquerdista, contribuindo para a instabilidade e, nestes termos, para o fracasso da Revolução com que sonhavam. [...]
[...] em Afonso Costa, vemos exactamente o representante mais acabado dessa corrente progressiva que marcava o rumo que a República teria de seguir para se converter em regime democrático e popular. O seu pensamento político [...] foi sempre o da unidade das forças de esquerda que pudesse consolidar o regime e vibrar um golpe mortal aos seus inimigos – não apenas os monárquicos e o clero como tais, mas também os grandes possidentes, detentores do grosso da riqueza nacional. [...]»
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