domingo, julho 26, 2020

O Custódia da Amália


ÁPIO GARCIA

Lisboa, s.d. [circa 1976]
Edição de Jornal de Lisboa
1.ª edição
20,4 cm x 13,9 cm
40 págs.
ilustrado
exemplar como novo
40,00 eur (IVA e portes incluídos)

Aníbal da Silva (nasc. 1919-?), conhecido por «Custódia da Amália», foi seu (dela) admirador incondicional, que por toda a parte a seguiu, de concerto em concerto, fosse uma grande sala, fosse as casas de fado do Bairro Alto. Humilde vendedor de fruta por profissão, o mais das vezes nem tinha posses para franquear a porta de entrada dos sítios onde Amália actuava. Certa noite, à saída do restaurante Luso, Amália reparou nele escusando-se por não ter umas moedas para lhe dar, ao que ele, ofendido, respondeu:
«– Não estou a pedir esmola! Vim só para a ver, embora não possa entrar por ser caro e não estar devidamente arranjado!
Mulher extremamente inteligente, sensível e humana, deve ter recebido tão inesperada justificação com profunda surpresa. Esperaria todas as respostas, menos aquela que acabava de ouvir. [...]»
Inquirindo logo ali da pobre condição de Aníbal da Silva, «[...] de pronto, sem a menor hesitação, Amália responde:
– Daqui em diante, onde eu for cantar e o senhor apareça, terá o seu bilhetinho! Não gosto [de] o ver sempre à porta, sem entrar!
A promessa da artista passou a ser rigorosamente cumprida, o que constituiu motivo de grande satisfação para o seu mais declarado “fan”. [...]»

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