ÁPIO GARCIA
Lisboa, s.d. [circa
1976]
Edição de Jornal de Lisboa
1.ª edição
20,4 cm x 13,9 cm
40 págs.
ilustrado
exemplar como novo
40,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Aníbal da Silva (nasc. 1919-?), conhecido por «Custódia da
Amália», foi seu (dela) admirador incondicional, que por toda a parte a seguiu,
de concerto em concerto, fosse uma grande sala, fosse as casas de fado do
Bairro Alto. Humilde vendedor de fruta por profissão, o mais das vezes nem
tinha posses para franquear a porta de entrada dos sítios onde Amália actuava.
Certa noite, à saída do restaurante Luso, Amália reparou nele escusando-se por
não ter umas moedas para lhe dar, ao que ele, ofendido, respondeu:
«– Não estou a pedir esmola! Vim só para a ver, embora não
possa entrar por ser caro e não estar devidamente arranjado!
Mulher extremamente inteligente, sensível e humana, deve ter
recebido tão inesperada justificação com profunda surpresa. Esperaria todas as
respostas, menos aquela que acabava de ouvir. [...]»
Inquirindo logo ali da pobre condição de Aníbal da Silva,
«[...] de pronto, sem a menor hesitação, Amália responde:
– Daqui em diante, onde eu for cantar e o senhor apareça,
terá o seu bilhetinho! Não gosto [de] o ver sempre à porta, sem entrar!
A promessa da artista passou a ser rigorosamente cumprida, o
que constituiu motivo de grande satisfação para o seu mais declarado “fan”.
[...]»
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