quarta-feira, novembro 04, 2020

O Código de Hamurabi

 


ARTUR PORTELA FILHO

Lisboa, 1962
Guimarães Editores
1.ª edição
189 mm x 125 mm
304 págs.
exemplar muito estimado; miolo irrepreensível
VALORIZADO PELA DEDICATÓRIA MANUSCRITA DO AUTOR E PELO APONTAMENTO DAS CORRESPONDÊNCIAS DE NOMES DOS PERSONAGENS DA FICÇÃO PARA O REAL
peça de colecção

60,00 eur (IVA e portes incluídos)

Após notados livros de contos, este é o seu primeiro romance. Um romance passado no ambiente da redacção de um jornal, que Portela Filho bem conheceu por via do seu exercício profissional. Dele lembra o próprio autor em entrevista a Francisco José Viegas difundida pela Antena 1 [programa Escrita em Dia, 23 de Março, 2004]:
«[...] O Código de Hamurabi correspondia ao jornalismo dos anos 50, primeiros anos de 60, jornalismo de papel. Bairro Alto, Rua Luz Soriano, rotativas antigas, rivalidade com o Diário Popular... O Diário Popular, com uma máquina muito mais acelerada e muito mais moderna, a do Diário de Lisboa mais romântica e mais asmática. Tanto e de tal maneira que nós estávamos à varanda, os repórteres, os redactores, tentando ouvir: “Eles já dispararam com a máquina?!” Porque, com os horários dos comboios, era fatal para nós, não é? Bom, mas era um jornalismo romântico, literário, político, mas veladamente político – assim o impunha a censura. Mas também era o estilo da época, não é? Um jornalismo que ia dali para as ceias e para os teatros e para os cafés. Que acabava, fechava o jornal, afastava as secretárias e fazia uma sala de armas, esgrimia ali dentro!... Ainda é da tradição do meu pai, apanhei ainda essa ponta final, fui colega de jornalistas notabilíssimos, o Norberto de Araújo, um homem muito a ligado a Lisboa, o Rogério Peres, El terrible Perez, um homem ligado aos touros, e por aí fora, grandes jornalistas, o Mário Neves, o Ribeiro dos Santos, o Norberto Lopes, o padre Joaquim Manso, padre que foi o primeiro director do Diário de Lisboa. Era uma redacção muito viva, muito notória, com muitos afluentes culturais, artísticos. Entrava o Almada, saía o Botelho, havia ilustrações ilustres, a crítica era o Gaspar Simões. Realmente um viveiro cultural, político, etc., mas romântico. E os jornalistas eram os protagonistas. [...]»
Roman à clef, portanto, este Código merece algumas pistas para a decifração, algo que o proprietário do vertente exemplar prestavelmente se encarregou de anotar na página de ante-rosto, assim:
«Bernardo Barros = Baptista-Bastos; Sandra = Natália Correia; Horácio = Manuel de Lima; Penha = Tomás Ribas; Pompeu = Urbano T. [Tavares] Rodrigues; Penalva Castro = Paço d’Arcos; Canossa = Augusto Abelaira; Lino Oliveira Braga = L. [Luís de] Oliv. [Oliveira] Guimarães; Forjaz = José Palla e Carmo; Olavo = Joaquim Namorado; Vouga Santos = Veiga Pereira; padre (pág. 56) = padre Agostinho Veloso».

pedidos para:
pcd.frenesi@gmail.com
telemóvel: 919 746 089   [chamada para rede móvel nacional]