sexta-feira, julho 16, 2021

Urbe Sub Rosa

 

PAULO DA COSTA DOMINGOS
capa de Maria Santos


Lisboa, 2021
viúva frenesi
1.ª edição
190 mm x 110 mm
100 págs.
exemplar novo
20,00 eur (IVA e portes incluídos)

Em plena desorientação assistida, por parte da generalidade da população portuguesa, quem sempre escreveu… não perdeu a mão! E assim, desde o início do ano 2020, Paulo da Costa Domingos (nasc. 1953) já criou e tornou públicos 4-livros-4 de versos que reflectem o tempo e as possibilidades que ainda restam aos entes vivos, como indivíduos e como comunidade:
Ilícito, Averno, Lisboa, Maio de 2020
Caligrafia Orográfica à Decifração Angélica, viúva frenesi, Lisboa, Outubro de 2020
Neve Sobre a Roseira, Barco Bêbado, Lisboa, Fevereiro de 2021
e agora… este Urbe Sub Rosa, de onde se extrai uma breve amostra:

O andamento cauteloso de aranha
por entre o espasmo dos noctívagos
apressados assobiando a táxis
no indecoro do trânsito. Varetas
de chapéus sussurradas na chuva
que a noite alta esconde e sèca
entre folhas de um herbário.

A platitude a que chegámos,
estação sem gente ou sonho,
com seu relógio, ponteiros partidos.
Uns, que partem para quem vem
partir à procura do sentido
no vazio de imagens televisivas
de um hiper-real desfocado.

Escapa: o tempo, o modo e o local
na velocidade a que se parte
sem haver sequer domado sílabas.

*

As conversas ganham vida própria
e o que ia sendo um rumor de festa
torna-se sólido, enorme, e sufoca-se
sozinho, apneia d’ um nó na garganta.

Os risos fundem-se no som único de ferro
à travagem sobre um carril, enqüanto
todos os olhares mudos nos envolvem,
como pontos de brilho, casas ainda acesas.

Não há que dizer como é noite,
como se chegou a isto: à urgência
de encerrar o expediente e a porta
e sair à força para o impasse e o vómito.

Nadamos, se nadar é isto: esgracejos.
A muralha de ditos e de saberes
lá continua, inalterável, como se
nunca eu tivesse passado por ali.

Diz a escritora e ensaísta Yvette K. Centeno acerca deste livro de Paulo da Costa Domingos:
«[...] Os seus livros circulam pela mão de quem lê, e não de quem fala, sem ter lido. É uma grande qualidade. [...]» (in Jornal Tornado, 30 de Maio, 2021)


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