quinta-feira, setembro 01, 2016

Os Sermões de Gil Vicente e a Arte de Pregar



JOAQUIM DE CARVALHO

Lisboa, 1948
Edição da Revista ‘Ocidente’
1.ª edição (separata)
25,7 cm x 18,6 cm
88 págs.
exemplar estimado; miolo irrepreensível, por abrir
17,00 eur (IVA e portes incluídos)

Num estudo vicentino, que também o é acerca da Idade Média lusitana, Joaquim de Carvalho desde logo, nas primeiras linhas do seu texto, bem caracteriza a época:
«[...] O espírito foi jovial, o ânimo resoluto, os modos corteses, a inteligência tranquila e segura de si, mas a mente desconheceu dúvidas promissoras, a vontade, com querer virilmente o que quis, talvez se afirmasse mais extensamente em nolições que em volições, e a expressão literária, em si mesma, como forma de Arte, não teve agilidade nem se elevou no puro prazer estético. Dir-se-ia que ninguém, por então, deixara correr a pena só movida pelo deleite de escrever. A volúpia recatada com que D. Duarte escrevera para si próprio e para a sua escrivaninha cedera inteiramente o lugar ao desejo de bem-merecer a recompensa dos poderosos, quer narrasse História, quer folgasse com metro e rima nos serões palacianos. Poetas, prosadores, pregadores, todos utilizavam o verbo para defender ou para atacar. A intenção didáctica tornara-se o signo daquela hora vesperal [...].»

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