VICTOR PALLA
COSTA MARTINS
Armindo Rodrigues
David Mourão-Ferreira
Eugénio de Andrade
Jorge de Sena
José Gomes Ferreira
[José] Rodrigues
Miguéis, pref.
Lisboa, s.d. [1959]
Círculo do Livro, Lda. (dist.)
Neogravura, Lda. / Soc. Industrial de Tipografia, Lda.
1.ª edição
290 mm x 239 mm
XII págs. + 174 págs.
profusamente ilustrado
encadernação editorial em tela com gravação a branco na
pasta anterior e na lombada, sobrecapa polícroma, folhas-de-guarda impressas
exemplar em muito bom estado de conservação, sobrecapa suja
e com restauros; miolo irrepreensível
PEÇA DE COLECÇÃO
4.500,00 eur (IVA
e portes incluídos)
«[...] o livro Lisboa,
cidade triste e alegre de Costa Martins (1922-1996) e Vítor Palla
(1922-[2006]), publicado em 1959 mas decorrente da exposição realizada em 1958
na Galeria Diário de Notícias, em Lisboa, e na Divulgação, no Porto, com
imagens obtidas desde 1956.
Após terem terminado o curso e terem exercido arquitectura
durante algum tempo, conseguiram juntar dinheiro para fazerem este projecto.
Deixaram de trabalhar e todos os dias – dia e noite – deambularam pela cidade,
fotografando, falando, comendo, divertindo-se com pessoas e coisas. Vinham a
casa apenas para revelar e ampliar. O resultado é uma surpreendente variedade
inconformista de fotografias apaixonadas pelos quotidianos paralelos da cidade
e da própria fotografia: desde a festa do registo até aos atrevimentos da
impressão, passando pelas incertezas da revelação. A exposição era sequenciada
em “filme” numa longa faixa de fotografias em escalas e dimensões muito
diferentes, sobre planos gráficos negros ou brancos.
[...] O livro foi feito sobre o paradigma da felicidade e
das suas convulsões [...].
Tanto o livro como a exposição advêm de preocupações gráficas,
fotográficas e cinematográficas. Deliberadamente se experimentaram as
velocidades lentas, os cortes, as sequências, as oposições, as difracções, as
sobre-revelações, o alto contraste [...].
A reacção do público foi, em geral, de repulsa e
indiferença. A observação de que eram fotografias “escuras” ou “tremidas” e expostas ou publicadas “a metro” foram frequentes. O livro foi
um fracasso editorial. O esquecimento foi quase imediato. Para se ter uma ideia
do desinteresse, em 1982, uma quantidade apreciável dos fascículos que tinham
sobrado do livro, consistindo em mais de metade da edição, estavam numa cozinha
da Associação Portugal-Cuba e nem a Biblioteca Nacional nem as bibliotecas da
Câmara de Lisboa ou da Gulbenkian possuíam qualquer exemplar. [...]» (Fonte:
António Sena, História da Imagem
Fotográfica em Portugal – 1839-1997, Porto Editora, 1998)