quarta-feira, agosto 22, 2018

Camões Não Foi Bem Como Aquilino o Viu



NORBERTO DE ARAUJO

Lisboa, 1949
[ed. Autor ?]
1.ª edição
19,6 cm x 13 cm
64 págs. + 6 folhas em extra-texto
subtítulo: Conferência proferida na Camara Municipal de Lisboa em 4 de Julho de 1949
ilustrado
exemplar manuseado mas aceitável; miolo limpo
20,00 eur (IVA e portes incluídos)

Breve ensaio em torno do grande Lírico, cuja vida Aquilino muito pejorativamente efabulou: «[...] Aquilino Ribeiro, em quarenta páginas de “D. Constantino de Bragança”, traçou um Camões que ele encontrou ou julgou encontrar em si, nas suas leituras, durante o passeio pelas alamedas da História, e pelas ilhas dos amores do poeta. Julgo que não foi feliz.
Mas, depois, insistiu. Numa centena de páginas de “Camões, Camilo, Eça e alguns mais” [...] Aquilino apresenta o mesmo Camões, pelas mesmas ruas da amargura, como se a Camões não houvesse sobejado amargura.
[...] Aquilino dá-nos agora um Camões, mais do que desgraçado – miserável, a roçar pela indignidade, e, para tanto, ele, Aquilino, rebusca, escabicha, profunda com uma lâmpada de mau azeite, escalpeliza cruelmente, ainda que com bisturi de ouro. [...]»
Norberto Araújo, por seu turno, clarifica e nobilita a vida de miséria, sim: de miséria que levou Camões, a poucos meses de falecer, confessar por carta a D. Francisco de Almeida: «[...] assim acabarei a vida, e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria, que não sòmente me contentei de morrer nela, mas de morrer com ela.»

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