ANTÓNIO BORGES COELHO
capa de Dorindo Carvalho
Lisboa, 1976
Diabril Editora, S. C. A. R. L.
1.ª edição
18,9 cm x 13,9 cm
136 págs.
exemplar estimado; miolo limpo
22,00 eur (IVA e portes incluídos)
Reunião de textos de cariz social interventivo, avulsamente
publicados na imprensa periódica, que permitem ver o escritor envolvido para
além dos seus vastos conhecimentos acerca da presença árabe no espaço que veio
a tornar-se Portugal. Entre o muito que podemos aqui partilhar, ou não, em
matéria de crítica de costumes e atitudes, um texto, por exemplo, de lamento
pela destruição do Café Martinho (ao Rossio) nessa época (Maio de 1968, data o
texto) em que sucursais bancárias enxotavam as pessoas dos seus locais de
convívio público (... hoje são esses mesmos coios do dinheiro que estão a
encerrar, deixando espaços vandalizados pelo capital à mercê dos ratos, lugar
de esconderijo de outro género de bandidos e de toxicodependentes):
«Daqui a pouco, mais um tapume – como um grande “adesivo” de
madeira – vai tapar as portas envidraçadas do Café Martinho e despedir os
clientes que, através delas, olhavam para o Largo D. João da Câmara. Depois,
arrancando o “adesivo”, surgirá (quem sabe?) um balcão frigorífico, um cofre,
um guichet, no local onde Eça e
Pessoa elevaram as suas vozes ou deixaram correr a imaginação. Na cave, entre
livros e cigarros, quantos estudantes queimaram sonhos de juventude. Agora
surgirão talvez os tais “sacos sujos” de notas de que falava um infante no seu
parecer. [...]
Mas é o lisboeta quem mais sofre, cada vez mais empurrado
para fora da Baixa por trespasses como este de onze mil contos, ao que se
julga. [...]»
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