GUILHERME DE MELO
Lisboa, 1965
Editora Arcádia Limitada
1.ª edição
17,9 cm x 10,6 cm
308 págs.
exemplar em bom estado de conservação; miolo limpo
37,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Da obra de consulta Literaturas
Africanas de Expressão Portuguesa, de Manuel Ferreira (vol. 2, Instituto de
Cultura Portuguesa, Lisboa, 1977):
«[...] Guilherme de Melo, sobretudo no romance As raízes do ódio experimenta o registo
do mecanismo da mentalidade de certos estratos laurentinos, os da pequena e
média burguesia europeias, instalada na cidade, como contraponto a uma
personagem (ou mais) de cor. Aparentemente o narrador dir-se-ia combater o
racismo e as incompreensões e injustiças ao nível dos homens e da máquina
oficial, mas o que subjaz, julgamos, é uma coisa diferente: a visão do narrador
em salvar o que possa ser salvo. Noutros termos, à superfície drena-se o
intento de serem encontradas formas sociais, políticas, culturais que
possibilitem o reajustamento de uma sociedade em desequilíbrio e célere
mutação, mas sob o signo da filosofia emblematicamente inscrita na
“multicontinentalidade” e na “multirracialidade”. O sentido, afinal, seria
este: um novo país (colónia) em velhas estruturas “reactualizadas”.
Falou-se, então, a propósito de algumas destas obras, de
“paisagem africana”, como sendo uma das suas virtudes. Que paisagem africana?
Hoje só pode ser entendido como um equívoco. [...] Estas obras [Manuel Ferreira
refere-se também a escritores como Nuno Bermudes e Ascêncio de Freitas] não
poderão ser postas de lado, até, como se disse, o seu nível estético as
defende, mas a verdade é que se pretendermos ver nelas a África, o homem negro,
o homem moçambicano, pouco nos dizem a esse respeito.
A grande revelação, porém, viria em 1964 com Nós matámos o
cão tinhoso de Luís Bernardo Honwana. [...]»
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