domingo, maio 01, 2022

Imagens de Macau




RAQUEL SOEIRO DE BRITO

Lisboa, s.d. [circa 1962]
Agência Geral do Ultramar
1.ª edição
178 mm x 223 mm (oblongo)
52 págs. (3 das quais desdobráveis) + 88 págs. em extra-texto
profusamente ilustrado a preto e a cor
cartonagem editorial de inspiração asiática
exemplar em muito bom estado de conservação; miolo limpo
60,00 eur (IVA e portes incluídos)

«[...] Macau representa um ponto de encontro do Ocidente com a China milenária. É hoje um símbolo da possibilidade de convívio diário de pessoas de credos diferentes sem, todavia, se fundirem [...]», assim termina a Autora o seu trabalho de impressões e fotografias colhidas no território. E mais adiante remata: «[...] Os macaístas, descendentes dos primeiros filhos de “mulheres chinesas casadas com portugueses” [...], pela maneira de viver e pelo espírito mais aberto à maneira de ser dos ocidentais, oferecem, naturalmente, mais largo convívio aos europeus, mas não se fecham, de forma alguma, aos chineses do mesmo nível. Se os seus recursos económicos são limitados, a maneira de viver, o estilo e arranjo da casa e a alimentação chegam a confundi-los com a população chinesa do mesmo nível. Se, pelo contrário, pertencem ao número de famílias abastadas, sente-se um ambiente de “velho estilo português”, que ainda hoje se encontra nalguns pontos da província, mas mais resguardado nas ilhas do Atlântico, na Índia e em velhas cidadezinhas do Brasil. Em todos estes locais há retoques próprios, originais, quer pela natureza onde os portugueses se implantaram, quer pela influência das relações com os povos com que entraram em contacto. Mas estes retoques não encobrem um fundo comum suficientemente forte para prevalecer, mesmo quando se defronta com civilizações poderosas como a hindu e a chinesa. Os macaístas integram-se neste esquema de um fundo cultural e emocional português, afeiçoado e adornado à maneira chinesa. Pena é que o seu núcleo seja reduzido, pois eles são, no Oriente, o símbolo do esforço feito pelos portugueses desde os séculos XV e XVI, no sentido de darem ao seu património certa feição ubiquista, transferindo homens e produtos de uns lugares para outros.»

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