MARIA RATTAZZI
[trad. Guiomar Torrezão*]
Lisboa, 1881
Livraria Zeferino - Editora
1.ª edição
2 tomos enc. em 1 volume (completo)
191 mm x 132 mm
[4 págs. + LXXVI págs. + 198 págs.] + [2 págs. + 214 págs.]
título original: Le Portugal á Vol d’Oiseau
modesta encadernação em meia-inglesa gravada a ouro na lombada
aparado, sem capas de brochura
exemplar estimado, frágil no fêsto; miolo limpo
ostenta colado no verso da pasta anterior o ex-libris de Manoel de Lancastre Bobone, e no frontispício o selo branco armoreado
aparado, sem capas de brochura
exemplar estimado, frágil no fêsto; miolo limpo
ostenta colado no verso da pasta anterior o ex-libris de Manoel de Lancastre Bobone, e no frontispício o selo branco armoreado
60,00 eur (IVA e portes
incluídos)
Livro de apontamentos de viagem, um dos
aspectos graves de Portugal de Relance, desta princesa sobrinha-neta de Napoleão
I, incide, por exemplo (mau exemplo), na denúncia à polícia portuguesa da
localização de algumas casas de jogo clandestino, o que seria suficiente para
fixar o seu mau carácter no desprezível intuito. Mas isso pouco seria, não fôra
o chorrilho continuado de afirmações de baixo calibre para o país e as gentes
que a receberam entre 1876 e 1879. Antero reagiu de imediato, Rafael Bordalo
Pinheiro estampou-lhe num magnífico desenho o ar atrevido. Mas é a controvérsia
com Camilo Castelo Branco – que veio a público responder-lhe munido de uma
linguagem como “duas pedras na mão” – o que fez deste livro um ícone do racismo
que os países ricos nutrem pelos países pobres. Precisamente, no longo prefácio
a esta tradução portuguesa, Rattazzi lhe responde, dando azo a nova vasa da
fina pena literária camiliana, assim como a folhetos assinados por outros figurantes
da época.
* Tradutor não identificado, mas que Brito
Aranha, no Diccionario Bibliographico Portuguez (tomo XVIII, Imprensa
Nacional, Lisboa 1906), refere assim: «[…] A traductora foi D. Guiomar
Torrezão, que passava por ser amiga dedicada da Rattazzi. […]»