quinta-feira, fevereiro 01, 2024

Album de Costumes Portuguezes





ALFREDO ROQUE GAMEIRO
COLUMBANO BORDALLO PINHEIRO
CONDEIXA
MALHÔA
MANUEL DE MACEDO
RAPHAEL BORDALLO PINHEIRO
, et alii
textos de:

FIALHO D’ALMEIDA
JULIO CESAR MACHADO
MANUEL PINHEIRO CHAGAS
RAMALHO ORTIGÃO
XAVIER DA CUNHA


Lisboa, 1888
David Corazzi – Editor
Typographia Horas Romanticas
1.ª edição
32,5 cm x 23,5 cm (álbum)
4 págs. + 50 folhas de imagem (impressas somente de um lado e protegidas com separador vegetal) + 50 folhas de texto (idem)
encadernação editorial da Companhia Nacional Editora
corte das folhas dourado
exemplar estimado; miolo limpo com ocasionais restauros toscos antigos nas margens
peça de colecção
450,00 eur (IVA e portes incluídos)

É uma das inúmeras edições modelares do maior Editor português do século XIX: David Corazzi. Com um catálogo estruturado em diversas vertentes, cobrindo todas as áreas: romance histórico e de sensação, aventuras; instrução, periódicos e infantil; popular e de luxo. Começando em 1870, criou a Biblioteca das Horas Românticas cujas edições eram vendidas em cadernetas entregues semanalmente, e em poucos anos atingirá a centena de títulos, muitos dos quais vastas traduções de romances de autores franceses de época: Ponson du Terrail, Jules Verne, que dará grande visibilidade à editora, etc. Mas também autores portugueses: A Gravura de Madeira em Portugal do gravador João Pedroso, Lisboa na Rua de Júlio César Machado, ou Guiomar Torrezão, Maria Amália Vaz de Carvalho, Teixeira de Queirós, Guerra Junqueiro, Gomes Leal… No âmbito das Comemorações do Centenário da morte de Camões (1880) integrará a Comissão da Imprensa de Lisboa e será um dos sócios-fundadores da Associação de Jornalistas e Escritores Portugueses; intervirá ainda com uma gama de publicações em que se destacam a luxuosa edição monumental de Os Lusíadas e o igualmente rico A Camões de Alexandre da Conceição. Seguir-se-ão outros volumes com as mesmas características gráficas: as Fábulas de La Fontaine, O Inferno de Dante, ou O Paraíso Perdido de Milton, ilustrados por Gustave Doré; a História de Gil Braz de Santilhana de Lesage, e, acompanhando a conjuntura política e científica, a África Ocidental, quatro volumes «fotográficos e descritivos» da autoria de J. A. da Cunha Morais.
O contraponto a este vistoso leque editorial será, em 1881, o início da muito acessível colecção Biblioteca do Povo e das Escolas, pequenas brochuras precursoras do formato “de bolso”, que foram cumprindo, ao longo de 237 números, um verdadeiro programa enciclopédico de instrução popular, em sintonia com o ideário republicano. Muitos desses livros chegaram a ser aprovados para o ensino oficial, elementar e dos liceus.
Digna de especial referência é ainda a republicação integral (entre 1887 e 1891) de As Farpas de Ramalho Ortigão e Eça de Queirós. Também as colecções Dicionários do Povo, ou Biografias de Homens Célebres dos Tempos Antigos e Modernos, assim como a Biblioteca Universal Antiga e Moderna, complementarão este serviço prestado à comunidade, a que um editor generalista nunca deveria furtar-se.

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