MARIA ANGELINA
[BRANDÃO]
RAUL BRANDÃO
[capa de Alberto de Sousa]
desenhos de Carlos Carneiro e Tagarro
Lisboa, 1930
ed. Autores
1.ª edição
18,5 cm x 12,5 cm
264 págs. + 2 folhas em extra-texto
ilustrado no corpo do texto a preto e em separado a cor
exemplar envelhecido mas aceitável, restauro na lombada, pequena falha de papel na contracapa;
miolo limpo
45,00 eur (IVA e portes incluídos)
«Eis um gesto cósmico: reinventar a infância e designá-la,
através do acto instaurador da escrita, como um lugar centrífugo de solidão
essencial, anterior a qualquer obra e na margem mais luminosa da literatura.
[...]
A exaltação dos valores enraizados na mátria, a nostalgia de uma felicidade simples, cujo “arquétipo
seria a própria infância” (Bachelard), evocada como um êxtase mágico de
intemporalidade, não deixam de tematizar um livro ímpar – não só na
bibliografia brandoniana como no campo pouco fértil da nossa literatura
infanto-juvenil.
O facto de Raul Brandão se ter empenhado tão a fundo na
tarefa de escrever um livro para crianças, num momento em que parecia ter a
premunição do fim, pode parecer surpreendente. A vontade de deixar o nome
literariamente ligado ao de Maria Angelina, sua mulher e co-autora da obra, só em
parte ajuda a explicá-lo, contribuindo para justificar a singularidade da mesma
no contexto da produção textual do escritor. A colaboração de Maria Angelina
Brandão, sem dúvida decisiva para a concretização do projecto, não torna,
porém, menos avassaladora a presença do autor de Húmus, através do poder
encantatório do seu estilo. [...]» (Maria João Reynaud, «Raul Brandão: Ficção e Infância», in Revista da Faculdade de Letras, Porto, 1995)