quinta-feira, maio 02, 2024

Portugal Pequenino


MARIA ANGELINA [BRANDÃO]
RAUL BRANDÃO
[capa de Alberto de Sousa]
desenhos de Carlos Carneiro e Tagarro

Lisboa, 1930
ed. Autores
1.ª edição
18,5 cm x 12,5 cm
264 págs. + 2 folhas em extra-texto
ilustrado no corpo do texto a preto e em separado a cor
exemplar envelhecido mas aceitável, restauro na lombada, pequena falha de papel na contracapa; miolo limpo
45,00 eur (IVA e portes incluídos)

«Eis um gesto cósmico: reinventar a infância e designá-la, através do acto instaurador da escrita, como um lugar centrífugo de solidão essencial, anterior a qualquer obra e na margem mais luminosa da literatura. [...]
A exaltação dos valores enraizados na mátria, a nostalgia de uma felicidade simples, cujo “arquétipo seria a própria infância” (Bachelard), evocada como um êxtase mágico de intemporalidade, não deixam de tematizar um livro ímpar – não só na bibliografia brandoniana como no campo pouco fértil da nossa literatura infanto-juvenil.
O facto de Raul Brandão se ter empenhado tão a fundo na tarefa de escrever um livro para crianças, num momento em que parecia ter a premunição do fim, pode parecer surpreendente. A vontade de deixar o nome literariamente ligado ao de Maria Angelina, sua mulher e co-autora da obra, só em parte ajuda a explicá-lo, contribuindo para justificar a singularidade da mesma no contexto da produção textual do escritor. A colaboração de Maria Angelina Brandão, sem dúvida decisiva para a concretização do projecto, não torna, porém, menos avassaladora a presença do autor de Húmus, através do poder encantatório do seu estilo. [...]» (Maria João Reynaud, «Raul Brandão: Ficção e Infância», in Revista da Faculdade de Letras, Porto, 1995)

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