PEDRO DE ANDRADE CAMINHA
[pref. José Correia da Serra (seg. Inocêncio)]
Lisboa, 1791
Na Officina da Mesma Academia
1.ª edição
177 mm x 115 mm
2 págs. (não num.) + XII págs. + 428 págs. + 6 págs. (não num.: índice e
catálogo)
subtítulo: Mandadas publicar pela Academia Real das Sciencias de Lisboa
luxuosa encadernação antiga (séc. XIX) inteira em pele gravada a ouro nas
pastas e na lombada, folhas-de-guarda em papel marmoreado
pouco aparado
exemplar em bom estado de conservação; miolo irrepreensível, papel sonante
apontamento manuscrito coevo na folha de rosto (frente e verso): «Ex Libris Mardochœi
Dove»
PEÇA DE COLECÇÃO
170,00
eur (IVA e portes
incluídos)
Diz-nos o Diccionario Bibliographico Portuguez de Inocêncio Francisco da
Silva (tomo VI, Imprensa Nacional, Lisboa 1862):
«Pedro de Andrade Caminha, fidalgo de
illustre linhagem, oriunda de Castella. Foi camareiro do sr. D. Duarte, duque
de Guimarães, que em remuneração de serviços lhe conferiu a Alcaidaria mór de
Celorico de Basto, com uma tença de duzentos mil réis. Á sombra d'este principe
cultivou as letras, unido em correspondencia e amisade com os maiores ingenhos
que então poetavam em Portugal, menos com Luis de Camões, de quem nem elle, nem
os outros fazem menção: “o que nos mostra (diz com sisuda reflexão um dos seus
biographos) que os seculos litterarios das varias nações são mui parecidos uns
com os outros, e que em todo o tempo a superioridade é odiosa aos
contemporaneos”. – E poderia accrescentar, que da parte de Caminha para com
Camões havia uma decidida emulação e rivalidade, manifestada, como tudo induz a
crer, nos seus repetidos epigrammas contra um que elle chama mau poeta […].
Nasceu Pedro de Andrade na cidade do Porto, em anno que se ignora; e m. em
Villa‑viçosa a 9 de Septembro de 1589. – Por mais de duzentos annos se
conservaram ineditas as suas obras, e provavelmente o estariam ainda hoje, se a
Academia Real das Sciencias não cuidasse da sua publicação, imprimindo‑as a
expensas proprias. A collecção foi feita sobre os manuscriptos que
separadamente existiam, um na livraria do convento da Graça de Lisboa, contendo
as eclogas, epistolas, odes, epitaphios e algumas elegias, etc.; outro na do
Duque de Cadaval, que continha os epithalamios, epigrammas, outras elegias, e
duas epistolas; e aproveitaram‑se tambem alguns sonetos e outros pequenos
poemas, que andavam sim impressos desde o tempo do auctor, mas incorporados em
obras de diversos. D’este modo se completou esta primeira e unica edição,
dirigida pelos cuidados do então secretario da Academia José Corrêa da Serra,
de quem é o prologo que a precede. […]
Póde considerar‑se Pedro de Andrade como um dos mais aproveitados discipulos de
Ferreira, a quem muito se approxima pela correcção, elegancia, nobreza de
pensamentos e philosophia que reina em suas composições. José Maria da Costa e
Silva não hesite em dar‑lhe a preferencia sobre o seu contemporaneo e amigo
Diogo Bernardes. […]»
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