sexta-feira, fevereiro 03, 2023

Poezias

 

PEDRO DE ANDRADE CAMINHA
[pref. José Correia da Serra (seg. Inocêncio)]


Lisboa, 1791
Na Officina da Mesma Academia
1.ª edição
177 mm x 115 mm
2 págs. (não num.) + XII págs. + 428 págs. + 6 págs. (não num.: índice e catálogo)
subtítulo: Mandadas publicar pela Academia Real das Sciencias de Lisboa
luxuosa encadernação antiga (séc. XIX) inteira em pele gravada a ouro nas pastas e na lombada, folhas-de-guarda em papel marmoreado
pouco aparado
exemplar em bom estado de conservação; miolo irrepreensível, papel sonante
apontamento manuscrito coevo na folha de rosto (frente e verso): «Ex Libris Mardochœi Dove»
PEÇA DE COLECÇÃO
170,00 eur (IVA e portes incluídos)

Diz-nos o Diccionario Bibliographico Portuguez de Inocêncio Francisco da Silva (tomo VI, Imprensa Nacional, Lisboa 1862):
«Pedro de Andrade Caminha,
fidalgo de illustre linhagem, oriunda de Castella. Foi camareiro do sr. D. Duarte, duque de Guimarães, que em remuneração de serviços lhe conferiu a Alcaidaria mór de Celorico de Basto, com uma tença de duzentos mil réis. Á sombra d'este principe cultivou as letras, unido em correspondencia e amisade com os maiores ingenhos que então poetavam em Portugal, menos com Luis de Camões, de quem nem elle, nem os outros fazem menção: “o que nos mostra (diz com sisuda reflexão um dos seus biographos) que os seculos litterarios das varias nações são mui parecidos uns com os outros, e que em todo o tempo a superioridade é odiosa aos contemporaneos”. – E poderia accrescentar, que da parte de Caminha para com Camões havia uma decidida emulação e rivalidade, manifestada, como tudo induz a crer, nos seus repetidos epigrammas contra um que elle chama mau poeta […].
Nasceu Pedro de Andrade na cidade do Porto, em anno que se ignora; e m. em Villa‑viçosa a 9 de Septembro de 1589. – Por mais de duzentos annos se conservaram ineditas as suas obras, e provavelmente o estariam ainda hoje, se a Academia Real das Sciencias não cuidasse da sua publicação, imprimindo‑as a expensas proprias. A collecção foi feita sobre os manuscriptos que separadamente existiam, um na livraria do convento da Graça de Lisboa, contendo as eclogas, epistolas, odes, epitaphios e algumas elegias, etc.; outro na do Duque de Cadaval, que continha os epithalamios, epigrammas, outras elegias, e duas epistolas; e aproveitaram‑se tambem alguns sonetos e outros pequenos poemas, que andavam sim impressos desde o tempo do auctor, mas incorporados em obras de diversos. D’este modo se completou esta primeira e unica edição, dirigida pelos cuidados do então secretario da Academia José Corrêa da Serra, de quem é o prologo que a precede. […]
Póde considerar‑se Pedro de Andrade como um dos mais aproveitados discipulos de Ferreira, a quem muito se approxima pela correcção, elegancia, nobreza de pensamentos e philosophia que reina em suas composições. José Maria da Costa e Silva não hesite em dar‑lhe a preferencia sobre o seu contemporaneo e amigo Diogo Bernardes. […]»


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