RAÚL BRANDÃO
ilust. Martinho da Fonseca
Lisboa, 1926
Edição da «Seara Nova»
1.ª edição
189 mm x 128 mm
292 págs.
ilustrado no corpo do texto
modesta encadernação inteira em tela encerada, gravação a ouro na lombada
aparado, sem capas de brochura
modesta encadernação inteira em tela encerada, gravação a ouro na lombada
aparado, sem capas de brochura
exemplar estimado; miolo limpo
45,00 eur (IVA e portes incluídos)
Livro que reformula e amplia uma das primeiras publicações
de Brandão, de 1896, a História d’um
Palhaço (A Vida e o Diário de K. Maurício), tendo sobrevivido a tal revisão
sobretudo os sinais autobiográficos do alterego K. Maurício.
Do ponto de vista “literário” das polícias do Estado Novo, seria um texto a abater. Tanto assim que ainda em 1949 andavam às voltas com ele na tentativa de interditá-lo, o que só não aconteceu porque o próprio censor, na altura o capitão José Brandão P. de Melo, julgou no mínimo atrasado o propósito, conforme o respectivo despacho de 14 de Março, a pedido da PIDE:
Do ponto de vista “literário” das polícias do Estado Novo, seria um texto a abater. Tanto assim que ainda em 1949 andavam às voltas com ele na tentativa de interditá-lo, o que só não aconteceu porque o próprio censor, na altura o capitão José Brandão P. de Melo, julgou no mínimo atrasado o propósito, conforme o respectivo despacho de 14 de Março, a pedido da PIDE:
«Não se compreende a razão de apresentar-se agora, em 1949,
opinião censorial acêrca de uma obra impressa no longiquo ano de 1926 e que desde essa data (há, portanto, 23 anos) se
vende e circula livremente.
Mas diz-se, agora, o que devia ter sido dito em 1926:
“A morte do palhaço e o mistério da arvore”, de Raul Brandão, sendo, aliás,
uma obra pouco recomendável pelo seu negativismo pessimista e amoral, bem como
pelas suas possiveis más
influencias desmoralisantes,
não chega, porém, a ser uma obra cuja circulação deva ser interdita.
Tal interdição, de resto, 23 anos apoz a publicação da obra,
depois de 23 anos da sua livre circulação, teria um odioso aspecto por assim
dizer póstumo e já pouco menos do que inutil ou não.»