quarta-feira, novembro 06, 2024

A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore


RAÚL BRANDÃO
ilust. Martinho da Fonseca

Lisboa, 1926
Edição da «Seara Nova»
1.ª edição
189 mm x 128 mm
292 págs.
ilustrado no corpo do texto
modesta encadernação inteira em tela encerada, gravação a ouro na lombada
aparado, sem capas de brochura
exemplar estimado; miolo limpo
45,00 eur (IVA e portes incluídos)

Livro que reformula e amplia uma das primeiras publicações de Brandão, de 1896, a História d’um Palhaço (A Vida e o Diário de K. Maurício), tendo sobrevivido a tal revisão sobretudo os sinais autobiográficos do alterego K. Maurício.
Do ponto de vista “literário” das polícias do Estado Novo, seria um texto a abater. Tanto assim que ainda em 1949 andavam às voltas com ele na tentativa de interditá-lo, o que só não aconteceu porque o próprio censor, na altura o capitão José Brandão P. de Melo, julgou no mínimo atrasado o propósito, conforme o respectivo despacho de 14 de Março, a pedido da PIDE:
«Não se compreende a razão de apresentar-se agora, em 1949, opinião censorial acêrca de uma obra impressa no longiquo ano de 1926 e que desde essa data (há, portanto, 23 anos) se vende e circula livremente.
Mas diz-se, agora, o que devia ter sido dito em 1926:
“A morte do palhaço e o mistério da arvore”, de Raul Brandão, sendo, aliás, uma obra pouco recomendável pelo seu negativismo pessimista e amoral, bem como pelas suas possiveis más influencias desmoralisantes, não chega, porém, a ser uma obra cuja circulação deva ser interdita.
Tal interdição, de resto, 23 anos apoz a publicação da obra, depois de 23 anos da sua livre circulação, teria um odioso aspecto por assim dizer póstumo e já pouco menos do que inutil ou não.»

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