quarta-feira, julho 03, 2024

História Universal da Pulhice Humana



JOSÉ VILHENA

Lisboa, 1960-1961-1965
Edição do Autor
1.ª edição
3 volumes (completo)
171 mm x 124 mm
144 págs. + 152 págs. + 144 págs. + 4 págs. (folha-volante)
subtítulos: 1.º volume – Pré-História; 2.º volume – O Egipto; 3.º volume – Os Judeus
profusamente ilustrados
exemplares em bom estado de conservação; miolo irrepreensível
incluem a cinta de selagem no 1.º volume e a folha-volante promocional da colecção
50,00 eur (IVA e portes incluídos)

«[…] Vilhena criou, como bem se sabe, variadíssimas publicações, muitas vezes, senão sempre, criadas e conduzidas solitariamente. […] apartidário, Vilhena não apenas dava no cravo e na ferradura, como em tudo o que pudesse parecer um qualquer conformismo com ideias feitas. Se houvesse inimigo maior, seria menos a de um regime político, do que a acrítica e apática aceitação com que a classe burguesa aceita as coisas como elas são, porque “sempre foi assim” ou “não fica bem” ser de outra maneira. O humor de Vilhena, que se expressava por, e explorava, não apenas imagens, mas igualmente textos, colagens, e a própria actividade editorial (recuperando uma verve e vontade que apenas teve um percursor central em Bordalo), era um belíssimo murro na mesa, um “Porra!”, face à letargia que se instalava com outras formas populares de cultura. E pela “linha de baixo”, sem almejar a outra coisa. Como se fosse a expressão do desinibido Id face ao Super-superego do regime da época.
[…] Atravessando categorias textuais e literárias tais como as do kitsch, da pornografia, da cultura popular, satírica política e/ou de costumes, de massas, o investigador [Rui Zink] encontra traços comuns com elas todas, sem dúvida, mas sobretudo faz elevar os traços de uma oralidade desopilante, mas sobretudo e acima de tudo a própria possibilidade de encontrar traços de literariedade na sua obra. Vilhena não é apenas um desenhador de bonecada em cenas de porno-chanchada, mas um esgrimista da prosa portuguesa que baralha os níveis e devolve uma imagem dolorosa de confrontar.
[…] Mas são os textos em que o sarcasmo, a ironia e a virulência se unem para criar uma escrita requintada, sofisticada, inteligente e mordaz. Não é apenas a frase polida, com brilharetes de subordinadas, mas o vocabulário, a utilização de registos variados e integrados, a maiêutica inesperada com os hipotéticos leitores, que fazem brilhar a tarefa literária de Vilhena. […]»
(Fonte: Pedro Moura, blog Ler BD, 8 de Agosto, 2016)

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