JOSÉ VILHENA
Lisboa, 1960-1961-1965
Edição do Autor
1.ª edição
3 volumes (completo)
171 mm x 124 mm
144 págs. + 152 págs. + 144 págs. + 4 págs. (folha-volante)
subtítulos: 1.º volume – Pré-História; 2.º volume –
O Egipto; 3.º volume – Os Judeus
profusamente ilustrados
exemplares em bom estado de conservação; miolo
irrepreensível
incluem a cinta de selagem no 1.º volume e a folha-volante promocional
da colecção
50,00 eur (IVA e portes
incluídos)
«[…] Vilhena criou, como bem se
sabe, variadíssimas publicações, muitas vezes, senão sempre, criadas e
conduzidas solitariamente. […] apartidário, Vilhena não apenas dava no cravo e na ferradura, como
em tudo o que pudesse parecer um qualquer conformismo com ideias feitas. Se
houvesse inimigo maior, seria menos a de um regime político, do que a acrítica
e apática aceitação com que a classe burguesa aceita as coisas como elas são,
porque “sempre foi assim” ou “não fica bem” ser de outra maneira. O humor de
Vilhena, que se expressava por, e explorava, não apenas imagens, mas igualmente
textos, colagens, e a própria actividade editorial (recuperando uma verve e
vontade que apenas teve um percursor central em Bordalo), era um belíssimo
murro na mesa, um “Porra!”, face à letargia que se instalava com outras formas
populares de cultura. E pela “linha de baixo”, sem almejar a outra coisa. Como
se fosse a expressão do desinibido Id face ao Super-superego do regime da época.
[…] Atravessando categorias
textuais e literárias tais como as do kitsch, da pornografia, da cultura
popular, satírica política e/ou de costumes, de massas, o investigador [Rui
Zink] encontra traços comuns com elas todas, sem dúvida, mas sobretudo faz
elevar os traços de uma oralidade desopilante, mas sobretudo e acima de tudo a
própria possibilidade de encontrar traços de literariedade na sua obra.
Vilhena não é apenas um desenhador de bonecada em cenas de porno-chanchada, mas
um esgrimista da prosa portuguesa que baralha os níveis e devolve uma imagem
dolorosa de confrontar.
[…] Mas são os textos em que o
sarcasmo, a ironia e a virulência se unem para criar uma escrita requintada,
sofisticada, inteligente e mordaz. Não é apenas a frase polida, com brilharetes
de subordinadas, mas o vocabulário, a utilização de registos variados e integrados,
a maiêutica inesperada com os hipotéticos leitores, que fazem brilhar a tarefa
literária de Vilhena. […]»
(Fonte: Pedro Moura, blog Ler BD,
8 de Agosto, 2016)