EUGENE THACKER
posf. Philipp Teuchmann
trad. Pedro Morais
capa de Peter Welz
grafismo de PCD
Lisboa, 2025
Barco Bêbado
1.ª edição
210 mm x 130 mm
308 págs.
exemplar novo
23,00 eur (IVA e portes incluídos)
Uma passagem do texto:
«[…] O pessimista nunca pode ser político – ou, para ser mais preciso, o
pessimista nunca pode estar à altura do político. (Ainda assim, imaginamos
palavras de ordem políticas – “Abandonem todas as causas!” ou “Não ser!”) A
resistência, a rebelião, a revolta, o protesto e a intervenção não se inscrevem
no âmbito da cosmovisão do pessimista. O pessimista é o mais desprezado dos
antagonistas, estranho até mesmo para a abstenção, a recusa e as formas
preciosas de bartlebismo. Acima de tudo, o pessimista é incapaz do suicídio,
essa solução das soluções que constitui o horizonte até mesmo para o
existencialista mais intransigente. Ironicamente, é a misantropia profundamente
enraizada do pessimista que o mantém vivo. Cansado do drama demasiado humano da
vida e dos vivos, o pessimista também está ciente de que o suicídio nada
resolve – de que o suicídio é irresolúvel. Descobrimo-nos desprendidos
do mundo (mundo esse em que estamos enredados, como uma presa) ao mesmo tempo
que participamos nele. A morte torna-se simplesmente mais uma forma, mais
dissimulada, de drama humano (tragédia, elogio e cosmética fúnebre do memorialismo).
Tanto Schopenhauer como Cioran compreenderam isto – mas também Beckett e muitos
comediantes de stand-up. Comete-se suicídio não porque se queira morrer,
mas porque já se está morto… caso em que o suicídio não vale a pena. […]»
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