Lisboa, s.d. [1941]
Livraria Bertrand
1.ª edição
190 mm x 125 mm
XX págs. + 300 págs.
exemplar estimado, capa suja principalmente na lombada; miolo limpo
30,00 eur (IVA e portes incluídos)
Reunião de textos com diversas proveniências, em que avulta, no fim, uma entrevista a Salazar datada de Setembro de 1938. Passagem significativa:
«[...] Vamos descendo agora a Calçada da Ajuda. Passam, formadas, algumas centenas de legionários que reconhecem Salazar e erguem os braços na clássica saüdação romana. Homens desempenados, rostos morenos, pintados pelo sol português, de tôdas as classes e idades, o operário ombro a ombro com o patrão, mas todos com vinte anos na luz dos seus olhos, na sua marcha irrepreensível.
– Quem vive? – pregunta, em voz clara, sonora, o comandante da “lança”.
– Portugal! Portugal! Portugal! – respondem todos.
– Quem manda? – pregunta a mesma voz.
– Salazar! Salazar! Salazar! – gritam os legionários, alegremente, afastando-se, descendo a calçada em passos cadenciados e certos.
– Como estamos longe – observo – dos primeiros tempos, quando o Chefe do Govêrno português reconhecia, numa das entrevistas que me concedeu, que um dos perigos mais sérios do regime era a frieza dos que o serviam. “Durar, eis o segrêdo”, disse-me um dia, Mussolini. E tinha razão.
Salazar concorda:
A formação da “Legião” e, com alcance longínquo, talvez ainda mais a da “Mocidade Portuguesa”, tem contribuído poderosamente para modificar a mentalidade geral, para restituir aos portugueses o que parece que tinham perdido: a consciência cívica. Ao português corajoso, mas indisciplinado, com horror atávico ao serviço militar, habituado à guerra, sim, mas à guerra civil, já não repugna fardar-se e está disposto a obedecer na hora própria. A “Legião” e a “Mocidade” têm-lhes dado ao mesmo tempo um sentimento mais profundo de solidariedade social aproximando as classes, quebrando as distâncias entre os ricos e os pobres. Ensinou-os igualmente a ser tolerantes, a respeitar as crenças de cada um, grande conquista no nosso País. [...]»
De facto, não há como os coveiros para manter a ordem nos cemitérios!...