[CAMILO CASTELO BRANCO]
Porto, 1872
Typographia da Casa Real
1.ª edição
226 mm x 145 mm
50 págs.
subtítulo: Corte profundo na questão do homem-mulher e
mulher-homem por Um Socio Prendado de Varias Philarmonicas
exemplar envelhecido mas aceitável; miolo limpo, papel
manchado no canto superior direito da capa e nas primeiras folhas
60,00 eur (IVA e portes
incluídos)
Publicada sem o nome do autor, mas posteriormente
incluída no livro de Camilo Boémia do Espírito, trata-se da sua
intervenção num tema da actualidade, em que acabara de ser vertida para
português a «[…] obrinha de Alexandre Dumas Filho sobre o adultério feminino,
intitulada Homme-Femme, [que] levantara em França acalorada celeuma, que
se repercutiu em Portugal. […] Trata-se de uma conversa picaresca sobre o tema
em voga[,] entre o autor (o pseudo “sócio prendado de várias filarmónicas”) e o
seu vizinho Raimundo (“poeta laureado no Águia de Ouro”). Na opinião de Dumas
Filho, a solução para o marido desonrado pelo crime de sua mulher é matá-la.
[…]» Para Camilo, a questão põe-se de outra maneira «[…] questionando o vizinho
Raimundo: “Que é o adultério? / É a razão insurgida contra o absurdo do vínculo
indissolúvel. / A mulher que morre no acto da sua rebelião, que é? Hoje, é uma
criminosa que uns deploram, e outros improperam na sepultura. Daqui a cem anos
será celebrada como holocausto da emancipação.” […]» (Fonte: Alexandre Cabral, Dicionário
de Camilo Castelo Branco, Editorial Caminho, Lisboa, 1988)