FERREIRA DE CASTRO
Lisboa, 1934
Editorial «Seculo»
1.ª edição
18,9 cm x 12,6 cm
352 págs.
encadernação de amador gravada a ouro na lombada
aparado, conserva a capa anterior de brochura
exemplar estimado; miolo limpo
30,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Uma passagem do Pórtico, redigido pelo autor:
«[...] É, especialmente, nas gentes
que vivem entre cadeias de montanhas que vamos encontrar, de novo, o homem
metido em si proprio, o homem que reduziu o enigma do infinito a uma simples
crença, e a colocou ao canto da alma como um bordão, para se servir dela nos momentos
de vicissitude ou quando a morte lhe bate á porta. Tradicionalista, página viva
de antropologia, a sua atitude ante o mundo de hoje dir-se-á igual á dos seus
maiores perante o mundo de ontem e de todos os dias que já se perderam no
cinerario do tempo. Mas não é assim. Agora e logo, nêste raciocinio, naquela
fala, no desenrolar das ambições e dos intentos, descobre-se a força da
evolução que o vai penetrando, hoje um pouco,
amanhã mais, num trabalho lento de pua furando granito.
[...] Dir-se-á que encontramos,
nesses homens, farrapos da vida de todos nós, que foram abandonados ao longo da
inermina jornada, de geração para geração, de século para século, porque todos
nós, um dia, teriamos sido assim. E surge, então, como que um sentimento de
preterita fraternidade, que se projecta no presente, abrindo-se em compreensão
e em amôr. [...]»
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