ANGELINA VIDAL
[desenho do brasão por Jorge Boaventura]
Lisboa, 1900 [a 1903]
Livraria Moraes | Typographia da Gazeta
de Lisboa
1.ª edição
28,5 cm x 21,5 cm
176 págs.
subtítulo no frontispício: Elementos
historicos da sua evolução
subtítulo na capa: Historia desde a sua fundação até aos nossos dias – Acontecimentos historicos – Lendas e tradições – Monumentos – Cercos e pestes que tem soffrido, etc., etc.
composto manualmente a duas colunas
composto manualmente a duas colunas
exemplar estimado, capa com sinais de foxing; miolo limpo, acidulado
peça de colecção
125,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Angelina Casimira do Carmo e Silva Vidal (1853-1917) –
poetisa, conferencista libertária, professora, jornalista, «proletária intelectual»
– foi, de facto, diz-nos o seu biógrafo Raul Esteves dos Santos, «[...] a
primeira mulher que, fugindo aos grandes salões onde se exibiam os melhores
valores femininos da época, foi pôr ao serviço do povo e dos mais tocados pela
desigualdade social todas as modalidades do seu peregrino talento e generoso
coração. [...]» (ver Génio e Desventura
de Angelina Vidal, Cooperativa do Povo Portuense, Porto, 1954).
Informa-nos ainda Esteves dos Santos (idem, ibidem) que «Era
desejo de Angelina Vidal que a edição de Lisboa
Antiga e Moderna fosse luxuosa, profusamente ilustrada, em tipo elzevir e
papel especial, a qual, anunciada em prospectos, colheria prèviamente o maior
número de assinantes, que garantissem ao editor uma receita, a qual fosse
fazendo face às despesas inerentes à maneira que a obra fosse saindo do prelo.
Dentro do seu plano a parte gráfica seria em tudo muito meticulosa e apurada, e
a artística a mais requintada que fosse possível, pelo que todos os trabalhos
se confiariam a técnicos, que cabalmente deles se desempenhassem. Com tais
projectos era de calcular que a obra tornar-se-ia não só interessante pelo
texto, como deleitosa pelas ilustrações.
Segundo Jorge Boaventura, a quem Angelina confidenciou os
seus planos e os desaires sofridos nesta idealização, nessa obra figurariam
frontarias de monumentos cívicos e religiosos, antigos palácios com os seus
pórticos arquitectónicos, brasões de velhas nobrezas, torreões históricos,
inscrições, chafarizes, túmulos e enfim reproduções de estampas de épocas
passadas, que os modernos processos de gravura reproduziriam a atestar a
fidelidade de todos esses elementos.
Mas, ao tentar a sua publicação deparou com imensas
dificuldades para encontrar um editor, até que em 1900 a Empresa Editora da
Biblioteca Popular de Legislação aceitou o encargo da edição, mas toda ela
sujeita à mais económica confecção, a fim de poder ser vendida ao alcance de
todas as bolsas.
Aceitou Angelina todas as condições que lhe foram impostas,
sendo o 1.º e o 2.º tomos publicados em 1900 e 1901. E para poder sair o 3.º
houve que remover novas dificuldades, só se fazendo em 1903, e que totaliza 176
páginas. Somente um emblema ilustra o frontispício e as capas dos três tomos, o
Brasão de Lisboa, desenho e gravura em madeira, de Jorge Boaventura, que anotou
este passo da vida de Angelina Vidal, bem digno de figurar na galeria de honra
dos “Amigos de Lisboa”».
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telemóvel: 919 746 089