segunda-feira, março 08, 2021

Portugal. Recordações do Anno de 1842

 

[FELIX] LICHNOWSKY
[trad. Daniel Augusto da Silva*]

Lisboa, 1845
Na Imprensa Nacional
2.ª edição («correcta e annotada»)
206 mm x 137 mm
6 págs. + 222 págs.
exemplar estimado, pequenos defeitos na lombada, restauro na contracapa; miolo irrepreensível, por abrir
90,00 eur (IVA e portes incluídos)

Esse contemporâneo de Heinrich Heine, que foi o príncipe Felix Lichnowsky, de origem polaca e domínios e vida feita na Silésia, nasceu em 1814. Já antes de tomar o rumo que a Portugal também trouxera notáveis viajantes estrangeiros, como Balbi, Murphy ou Link, se batera ele em Espanha ao serviço de D. Carlos, de quem chegou a ser ajudante de campo. A sua visita às nossas paragens coincide com os tempos tremendos da derrota da esquerda setembrista às mãos do golpe de Estado de Costa Cabral; portanto, a um país que ele julgou ir finalmente acabar normalizado, o mesmo é dizer – em óptica de príncipe –, dominada a desordem e a anarquia que vinham inviabilizando a cobrança de impostos, o exercício dos tribunais, o sossego das linhagens. E, depois de testemunhar uma sessão de trabalho nas Cortes, dedica-se à nossa geografia e aos nossos monumentos numa abordagem sem particulares rasgos de originalidade, de turista acidental, que nos devolve Mafra, Alcobaça ou Batalha, por exemplo, através do olhar compassivo de alguém que demasiado saboreou a nata do mundo. Mas o mundo – aliás como sempre – iria mudar: a que, em 1846, ficou para a História como revolta da Maria da Fonte livrar-nos-ia de Costa Cabral; e o próprio príncipe será assassinado no decurso da insurreição camponesa alemã em 1848.

* Segundo Inocêncio Francisco da Silva.

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