JOSÉ MARIA DA COSTA E SILVA
Lisboa, 1850-1855
Na Imprensa Silviana (ed. João Pedro da Costa após o tomo VI)
1.ª edição
10 tomos enc. em 5 volumes (completo)
204 mm x 132 mm
[(302 págs. + 1 folha em extra-texto) + 334 págs.] + [342 págs. + 334 págs.] +
[336 págs. + 370 págs.] + [330 págs. + 314 págs.] + [320 págs. + 376 págs.]
ilustrado com gravura-retrato do autor no tomo I
encadernações homogéneas coevas em meias-inglesas elegantemente gravadas as
ouro nas lombadas
pouco aparados, sem capas de brochura
exemplares muito estimados; miolo limpo
PEÇA DE COLECÇÃO E ESTUDO
380,00 eur (IVA e portes incluídos)
Diz-nos Inocêncio Francisco da Silva, no Diccionario
Bibliographico Portuguez (tomo V, Imprensa Nacional, Lisboa 1861):
«José Maria da Costa e Silva, natural de Lisboa, e nascido a 15 de Agosto de
1788 […]. Destinava‑se ao estudo da medicina, sciencia de sua particular
predilecção; porém circumstancias de familia, e a morte prematura de seu pae,
obstaram a que realisasse aquelle projecto.
Começou desde a adolescencia a cultivar a poesia, e tinha, segundo elle
affirma, dezesepte annos quando compoz o seu poema intitulado o Passeio. Pelo
mesmo tempo consta que escrevêra algumas tragedias, porém foi pouco feliz n’esses
ensaios […]. De genio algum tanto taciturno, caracter indolente e desambicioso,
e por natureza avêsso a qualquer subjeição ou constrangimento, havia em si uma
formal negação para o exercicio de cargos publicos; e bem o mostrou quando
admittido como Official papelista, ou praticante na secretaria do tribunal da
Meza da Consciencia e Ordens, ao cabo de poucos dias se desgostou, a ponto de
não mais voltar á repartição, abandonando o logar, e não curando de procurar
outro. Como occupação mais independente e analoga aos seus habitos deu‑se a
escrever para o theatro, e d’ahi tirou por mais de vinte annos os recursos para
a sua parca sustentação, fazendo representar n’esse intervalo mais de duzentos
dramas imitados, ou traduzidos de diversas linguas, entre elles alguns
originaes, e uma immensidade de elogios dramaticos, genero que andava n’aquelle
tempo muito em voga.
No principio de 1834 foi convidado para redigir a Chronica Constitucional de
Lisboa, e desempenhou este encargo durante alguns mezes, se não me engano
até que este jornal passou a intitular‑se Gazeta Official do Governo. […]
Em 22 de Fevereiro de 1836 alguns seus amigos, que eram então vereadores da
Camara Municipal de Lisboa, lembraram‑se de premiar o seu merito litterario, e
de proporcionar‑lhe mais azada subsistencia, conferindo‑lhe, sem que o
requeresse, o logar de Director da secretaria da mesma Camara: serviu como tal
durante alguns annos, até que vagando o logar d’Escrivão da municipalidade,
para elle foi nomeado em 17 de Agosto de 1841, e confirmado por carta regia de
17 de Dezembro do mesmo anno, sem que tambem d’esta vez intervisse para isso
alguma diligencia da sua parte.
Vivendo sempre mais para as letras que para o emprego, e tractando comtudo de
preencher as suas obrigações tanto quanto as forças e a saude lh’o permittiam,
viu correr menos mal os ultimos annos da vida, apenas annuveados por alguns
dissabores domesticos passageiros. Atacado de molestia subita, expirou quasi de
repente na manhã de 25 de Abril de 1854 […]. Foi sepultado no cemiterio dos
Prazeres. Legou por unica herança a seus filhos a reputação de homem probo,
desinteressado e verdadeiro cultor das letras. Os seus bens todos consistiam,
além da mobilia indispensavel da casa, na pequena livraria do seu uso,
constante de uns mil e seiscentos volumes, quasi todos de obras poeticas em
diversas linguas […]. Deixou tambem alguns trabalhos de propria composição,
ainda ineditos; parte dos quaes existirão talvez em mão da sua viuva, e a
continuação do Ensaio Biographico em poder do falecido guarda‑mór da
Camara Municipal João Pedro da Costa, e hoje do filho d’este, successor no
mesmo emprego. […]»
pedidos para:
pcd.frenesi@gmail.com
telemóvel: 919 746 089 [chamada para rede móvel nacional]