quinta-feira, setembro 12, 2024

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PIERRE BERGOUNIOUX
pref. Catherine Malabou
trad. Luís Lima
capa de Alessandro Grassi
grafismo de Paulo da Costa Domingos


Lisboa, 2024
Barco Bêbado
1.ª edição
210 mm x 130 mm
110 págs.
exemplar novo
20,00 eur (IVA e portes incluídos)

Uma passagem do texto:
«[…] Por mais diversos que sejam os textos espalhados ao longo de quase três milénios, todos eles partem do mesmo princípio. São obra de uma minoria com um estatuto impreciso, pensionistas da bolsa real ou dos dízimos eclesiásticos, antes de serem subsidiados, no Século das Luzes, em França, por empreendedores ou soberanos estrangeiros, como Catarina da Rússia e Frederico da Prússia. Os espíritos mais independentes viviam do trabalho remunerado, como Rousseau, que copiava música, ou dos emolumentos da função pública, como Stendhal. Em nada diminui a grandeza dos escritores dos últimos dois séculos o facto de terem sido suficientemente burgueses para se dedicarem ao trabalho da pena sem qualquer preocupação ou segunda intenção – Flaubert, Gide, Proust, Martin du Gard, Roussel, Beckett, Claude Simon. O mesmo se aplica ao resto da Europa, com Tolstói e Dostoiévski, na Rússia, os irmãos Mann, na Alemanha, e Joyce, no Reino Unido.
Por mais atentos que estes homens estejam ao curso das coisas, são-lhe como que exteriores. É nesta condição que, numa sociedade de classes, os acontecimentos atingem a ordem segunda, facultativa e essencialmente indeterminada, da expressão. A divisão do trabalho e, em particular, a separação das suas duas componentes, material e intelectual, tem como efeito a exclusão do maior número do acesso à expressão cumprida da vida concreta, transformando-a num espectáculo para escritores. […]»

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