quinta-feira, setembro 12, 2024

Encyclopédie des Nuisances

 

[ANÓNIMOS, aa.vv.]
introd. e anexos de Miguel Amorós
org., trad. e pref. Júlio Henriques
capa de Michal Jankowski
grafismo de Paulo da Costa Domingos


Lisboa, 2024
Barco Bêbado
1.ª edição
210 mm x 130 mm
208 págs.
subtítulo: Da insânia nas ciências, nas artes & nos ofícios
ilustrado
corte das folhas carminado
exemplar novo
24,00 eur (IVA e portes incluídos)

Uma passagem de Miguel Amorós:

«[…] Com vista a recuperar e desactivar a rebelião social, principalmente a juvenil, contra as novas condições da dominação – as que obedecem ao mecanismo de construção / desconstrução típico do desenvolvimentismo –, põe-se em marcha uma versão degenerada da luta de classes, os chamados “movimentos sociais”, inclusive as plataformas. Se não se pretender alcançar uma outra ordem social, o mito do “cidadão” pode substituir comodamente o mito do proletariado nos novos esquemas ideológicos. O cidadanismo é o filho mais legítimo do obreirismo e do progressismo. Não aparece para os enterrar, mas para revitalizar o seu cadáver. Quando não houver um diálogo mais autêntico do que aquele que possa existir entre os núcleos rebeldes, o cidadanismo quererá apenas dialogar com os poderes e arranjar um lugar. Mas a comunidade dos oprimidos não deverá tentar coexistir pacificamente com a sociedade opressora, porque a sua existência só se justifica na luta contra esta. Uma maneira diferente de viver não poderá alicerçar-se no diálogo e na negociação institucional com a precedente forma escrava. A sua consolidação não virá, portanto, nem de uma transacção nem de uma qualquer crise económica, mas sim de uma secessão maciça, de uma dissidência generalizada, de uma ruptura drástica com a política e com o mercado. Por outras palavras, de uma revolução de novo tipo. […]»

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