NATÁLIA CORREIA,
selecção, pref. e notas
badanas de Luiz Francisco Rebello e David Mourão-Ferreira
Rio de Janeiro, s.d. [Lisboa, 1965]
F. A. Edições S. A.
1.ª edição
200 mm x 132 mm
552 págs.
subtítulo: Dos
Cancioneiros Medievais à Actualidade
capa impressa a cinza e relevo seco
encadernação inteira em imitação de pele gravada a ouro na lombada
não aparado
conserva as capas de brochura
exemplar muito estimado, capas de brochura sujas; miolo limpo
55,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Livro proibido durante o Estado Novo. Da imprensa da
época (Diário de Lisboa, 8 de
Janeiro, 1970):
«Julgamento de Escritores por Motivo da
Publicação de um Livro Tido por Imoral – No banco dos réus estão, esta
tarde, no Plenário Criminal da Boa Hora, os escritores e poetas Mário Cesariny
de Vasconcelos, Luís Pacheco, José Carlos Ary dos Santos e Natália Correia e,
ainda, o comerciante Fernando Ribeiro de Melo, o empregado de escritório
Francisco Marques Esteves e o técnico têxtil Ernesto Geraldes de Melo e Castro,
como presumíveis delinquentes no processo movido pelo Ministério Público, em
consequência da publicação do livro “Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e
Satírica”, a qual foi considerada “abuso de liberdade de Imprensa”.
Segundo a acusação, o livro [...] inclui algumas poesias que “ofendem o pudor
geral, a decência e os bons costumes”.
Na tribuna do Ministério Público, toma lugar o dr. Costa Saraiva, ajudante do
procurador da República; como patronos dos acusados, intervêm os drs. João da
Palma Carlos, Luso Soares, José Vera Jardim, Francisco Vicente, Salgado Zenha e
António de Sousa.»
O vertente volume é um dos da edição pirata, à revelia do seu verdadeiro editor
Fernando Ribeiro de Mello, realizada por um já falecido alfarrabista de Lisboa.
Carece dos desenhos originais de Cruzeiro Seixas, que ilustravam a edição
genuína, mas, para todos os efeitos, foi esta tiragem de circulação clandestina
que mais leitores alcançou, neutralizando os desejos da polícia política.