sábado, janeiro 11, 2025

Diálogo Entre um Padre e um Moribundo



DONATIEN-ALDONSE-FRANÇOIS DE SADE
trad. José Manuel Simões
ilust. Man Ray
vinheta de Minos

s.l. [Lisboa], 1959
Contraponto [de Luiz Pacheco]
1.ª edição
182 cm x 122 mm
34 págs.
ilustrado
impresso a duas cores directas
acabamento com um ponto em arame
exemplar muito estimado; miolo irrepreensível
é o n.º 44 de uma tiragem especial de apenas 500 exemplares
50,00 eur (IVA e portes incluídos)

Trata-se da primeira vez que um editor nacional – Luiz Pacheco – tem a coragem de mandar traduzir e publicar um texto do demoníaco marquês de Sade. Conta Aníbal Fernandes, no volume Portugal em Sade, Sade em Portugal (Montag, 2017):
«[…] José Cardoso Pires (jovem autor que acabava de sair de O Anjo Ancorado [1958] e gozava de uma notada proibição no seu livro de estreia) na rádio com Igrejas Caeiro, entrevistador habitual de uma série chamada “Perfil do Artista”:
– Qual é o escritor que mais admira?
– O Marquês de Sade – tinha respondido o escritor, arriscando nas ondas de uma emissora particular a provocação indirecta aos “bons costumes” da sociedade salazarista, irritando talvez uma polícia que acabava de proibir Santareno no palco, Vadim no cinema, Aquilino Ribeiro num livro.
Meses depois Luiz Pacheco, jovem editor, fingia tomar por texto dramático o Diálogo Entre um Padre e um Moribundo e inseria-o numa colecção de teatro. Ainda não se tratava de um Sade com linguagem crua mas era, pelo menos, subversivo no contexto lusitano ao contar a história do ateu agonizante que derrota as boas intenções de um padre consolador de últimas horas e o deixa enredado nas suas próprias contradições. […]»

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