domingo, agosto 25, 2024

Viagens na Minha Terra


VISCONDE DE ALMEIDA-GARRETT

Lisboa, 1861
Imprensa Nacional
4.ª edição
2 volumes (completo)
160 mm x 113 mm
[X págs. + 280 págs.] + 240 págs.
encadernações homogéneas coevas em meia-inglesa com gravação a ouro nas lombadas
pouco aparados, sem capas de brochura
exemplares estimados, pastas um pouco gastas; miolo limpo
assinaturas de posse nos frontispícios
90,00 eur (IVA e portes incluídos)

Obra de um liberal bem intencionado. Uma passagem de um dos primeiros capítulos:
«[...] Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. – No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas de dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? [...]»
É pacífico concluir que a eficácia narrativa das Viagens consiste tanto no novo modelo verbal, inspirado na coloquialidade da fala «vulgar e corriqueira» (disse Aquilino Ribeiro), como no impressionismo pictórico que caracteriza o esboço de locais e horizontes. De facto, ele provou que a relação física do escritor com o espaço, com um ver deambulatório, com um trabalho de campo quase etnográfico e arqueológico, traz resultados positivos, sobremaneira naqueles períodos em que a escrita se converteu num estendal de truques retóricos e chavões estilísticos.

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