quinta-feira, julho 15, 2021

Discurso da Cidade



TOMÁS TAVEIRA

Lisboa, 1973
s.i. [ed. Autor *]
1.ª edição
230 mm x 183 mm
240 págs.
profusamente ilustrado
encadernação editorial em tela com guardas impressas e sobrecapa
exemplar muito estimado; miolo irrepreensível
VALORIZADO PELA DEDICATÓRIA MANUSCRITA DO AUTOR
125,00 eur (IVA e portes incluídos)

Temos aqui a notável dissertação de um arquitecto que não omitia as implicações ideológicas e sociais da actividade dos homens exercida sobre o espaço que habitam. Temos, portanto, um livro de grande acutilância, que, mesmo quando sai para divagações (aparentemente) laterais ao tema, nunca perde de vista o corpo teórico subjacente à construção do mais insignificante edifício. Porque:
«[...] A cidade é essencialmente um local de encontro e de trocas. A cidade é o suporte de toda a actividade, da cor, do movimento, do cheiro, do ruído, da voz, e da IMAGEM. A cidade é um lugar, onde o homem organiza, com ela, um sistema de relações, um sintagma donde ressalta que cada um dos elementos é portador de uma estrutura própria com ramificações que vão até à construção de sistemas independentes cuja análise pode vir a constituir-se como um dos modos mais fecundos de analisar a urbe e por consequência como um dos modos mais rigorosos de analisar a presença das pessoas no mundo.
As pessoas são o elemento móvel, os viajantes da cidade, e as relações que estabelecem com o mundo através desses mesmos movimentos envolvem uma vontade, uma forma de organizar a mente, uma linguagem apropriada aos movimentos futuros.
O modo como as pessoas se aglutinam, a capacidade que têm para aprofundarem um espaço com o corpo, as adaptações que sugerem em certos espaços pela sua intervenção, pela particular maneira de se comportarem, provoca ondulações e vibrações no meio urbano, com dimensões que por vezes “afogam” a própria paisagem.
O vestuário, a cor da pele, a pintura, são formas básicas de intervenção na cidade. O corpo torna-se suporte duma nova produção artística, uma muito particular produção renovada, construída diariamente com o calor da maior força artística – Eros. [...]»
É evidente a novidade desta linguagem no Portugal marcelista... Ainda que o seu autor haja, mais tarde, “afogado” a paisagem lisboeta por detrás de maciços em betão...

* Da pág. 4: «Dissertação expressamente elaborada para o concurso de provas públicas para provimento de um lugar de professor do 1.º grupo da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa».

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