JOÃO ILHARCO
capa de M. González
Coimbra, 1952
Coimbra Editora, L.da
1.ª edição
207 mm x 153 mm
148 págs.
exemplar muito estimado; miolo irrepreensível
é o n.º 611 autenticado pelo carimbo do autor
50,00 eur (IVA e portes incluídos)
«[...] Na madrugada de 17 de Julho
de 1925, apareceu um homem morto dentro duma poça a poucas centenas de metros
da cidade de Viseu junto ao caminho que conduz à povoação de Ranhados.
O morto era João Alves Trindade, proprietário da vizinha Quinta de São Caetano
e, nesse mesmo dia, foram detidos, como suspeitos, o seu genro Claudino Lopes
Ribeiro, a filha Silvina Trindade Ribeiro e ainda uma criada de seu nome Albina
Correia.
As relações entre o rico africanista e a sua filha e genro caracterizavam-se
por bastante ódio, estando previsto para dentro de dias o despejo destes da
propriedade do pai e sogro de que eram rendeiros. Segundo João Ilharco, “o
pecado da carne era o seu grande ponto fraco. Havia quem nesse capítulo o
considerasse um homem de pouca moral e nenhuns escrúpulos. A mulher era um
objecto de prazer, que se podia negociar conforme o desejo do macho. E como ele
tinha dinheiro...”. As suas relações com a filha, que perfilhara aos 21 anos de
idade e só autorizara casar aos 32, apesar dos inúmeros pretendentes, eram
comentadas pela má língua local que insinuava o seu carácter incestuoso...
Claudino e Silvina foram condenados pela prática do crime de homicídio
voluntário, em 12 de Novembro de 1925, pelo tribunal de Viseu na pena de “oito
anos de prisão maior celular, seguida de degredo por doze, ou, em alternativa,
na pena fixa por vinte cinco anos em possessão da primeira classe” cada um e
Albina Correia foi condenada como encobridora do crime na pena de dois anos de
prisão correccional. [...]
O caso provocou animados debates na esfera pública nacional e a publicação de
alguns opúsculos, como Noite de Sangue e Mistério – O crime da Poça das
Feiticeiras, da autoria do jornalista Gilberto Carvalho, O Crime da Poça
das Feiticeiras, do advogado Álvaro Magalhães, e Sangue e Dinheiro – O
Drama da Poça das Feiticeiras, do advogado Alfredo Marques.
No campo da ficção, além da obra infanto-juvenil de João Aguiar Pedro &
Companhia, Agustina Bessa-Luís baseou-se neste crime para a escrita da sua
obra Eugénia e Silvina […].»
(Fonte: Francisco Teixeira da Mota, O Crime da «Poça das Feiticeiras»,
página electrónica Malomil, 10 de Setembro, 2012)
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