JOÃO DA SILVA CORREIA
Lisboa, 1935
Academia das Ciências de Lisboa
1.ª edição
190 mm x 123 mm
152 págs.
exemplar estimado, pequena falha de papel na capa; miolo
limpo
30,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Uma passagem do texto de João da Silva Correia (1896-1973):
«[...] O problema das diferenças de linguagem dos dois sexos
oferece curiosidades [...].
Entre os povos selvagens a linguagem da mulher é bastante
diversa da do homem, – o que deve explicar-se pelas diferentes interdições, que
a religião e a posição social originam e mantêm. Sendo defesa à mulher a
prática de certos actos permitidos aos homens, natural é que muitas palavras o
sejam também, pois, para a mentalidade prelógica do selvagem, o nome não é
apenas um sinal convencional das coisas, mas parte integrante delas. [...]
Nas sociedades civilizadas, porém, a mulher serve-se, de
modo genérico, da mesma linguagem que o homem. [...]»
Diremos mesmo que, nas presentes sociedades do Ocidente,
genericamente laicas e banais, a ninguém incomoda ouvir-se, por exemplo num
transporte público, idênticos palavrões de carroceiro saídos alternadamente da
boca de ambos os sexos... e em todas as idades.